Boris Johnson sobrevive a moção de censura e continua no cargo

Segundo os resultados, 211 (59%) deputados do Partido Conservador apoiaram o primeiro-ministros, ao passo que 148 (41%) votaram contra.

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© Jason Alden/Bloomberg via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa
06/06/2022 21:01 ‧ 06/06/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues com Lusa

Mundo

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sobreviveu, esta segunda-feira, à moção de censura interna do Partido Conservador. Com a vitória, o governante permanecerá como líder do partido e terá um ano de imunidade contra novas moções de censura.

Segundo os resultados anunciados pelo presidente do grupo parlamentar Conservador, Graham Brady, 211 (59%) membros do partido responderam afirmativamente à questão "Ainda tem confiança em Boris Johnson como líder?", ao passo que 148 (41%) responderam que não. A diferença foi de apenas 63 votos.

Sublinhe-se que o partido é composto por 359 deputados e Boris Johnson precisava de apenas de uma maioria simples para resistir à moção de censura, ou seja, 180 votos a favor. 

Caso o primeiro-ministro não conseguisse obter a maioria dos votos a favor, seria realizada uma eleição interna para encontrar o seu sucessor, à qual não poderia concorrer. 

Apesar de ter vencido, a revolta poderá ter feito estragos na liderança e a contestação interna poderá voltar depois de 23 de junho, se o Partido Conservador perder duas eleições parlamentares parciais consideradas indicativas do sentido da opinião pública no norte e sul de Inglaterra.

Além disso, a amplitude da margem é considerada crucial para avaliar as perspetivas do chefe do Executivo durante o resto do mandato até às próximas eleições, previstas para 2024.

Os 148 votos contra são superiores à insurgência de 117 deputados (37%) que Theresa May enfrentou em 2018, na sequência da qual se manteve em funções, acabando contudo por demitir-se quatro meses depois.

A moção de censura ao líder do Partido Conservador foi convocada esta manhã após dezenas de deputados terem manifestado o seu descontentamento. Em causa esteve, principalmente, o escândalo ‘Partygate’ e o recentemente divulgado relatório da funcionária Sue Gray, nomeada pelo governo britânico para investigar o caso. 

O primeiro-ministro foi investigado pela Polícia Metropolitana de Londres e alvo de uma multa devido a festas realizadas em Downing Street, numa altura em que o Reino Unido se encontrava em confinamento para combater a propagação da pandemia.

No mês passado, foram divulgadas fotografias de Boris Johnson a beber durante uma festa de despedida em honra de Lee Cain, ex-diretor de comunicações de Downing Street, em novembro de 2020. A festa foi investigada pelas autoridades, mas Boris foi notificado apenas por uma festa, realizada a 19 de junho de 2020.

Dias depois, o relatório das festas ilegais deu conta de seis ajuntamentos de funcionários governamentais, entre 20 de maio de 2020 e 16 de abril de 2021, nos quais se registou "vinho nas paredes" e "maus tratos" a funcionários.

Após a divulgação do relatório, foram vários os conservadores a retirar o seu voto de confiança a Boris Johnson - alguns publicamente, outros de forma anónima - e a exigir uma moção de censura.

Graham Brady, presidente do grupo parlamentar Conservador, também conhecido por 'Comité 1922', declarou esta segunda-feira de manhã ter sido ultrapassado o patamar de 54 subscritores para desencadear o processo, que chegou agora ao fim. 

[Notícia atualizada às 21h29]

Leia Também: Boris Johnson pede apoio a Conservadores contra moção de censura

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