Futuro do Donbass "está a ser decidido" na batalha de Severodonetsk

O presidente da Ucrânia afirma que a batalha de Severodonetsk é uma "batalha muito feroz, muito difícil", sendo "provavelmente uma das mais difíceis ao longo desta guerra".

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© <p>Presidência da Ucrânia</p>

Márcia Guímaro Rodrigues
08/06/2022 22:39 ‧ 08/06/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Volodymyr Zelensky

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou, esta quarta-feira, que o futuro da região do Donbass, no leste da Ucrânia, “está a ser decidido” na batalha de Severodonetsk, que descreveu como “uma das mais difíceis” da guerra contra a Rússia.

Na sua comunicação diária ao país sobre o 105.º dia da invasão russa, Zelensky lembrou o Campeonato Europeu de Futebol de 2012, que teve início “há exatamente 10 anos atrás” e “reuniu todos os ucranianos”, referindo-se ao facto de a Ucrânia e a Polónia terem sido os países anfitriões da fase final do torneio. 

O campeonato passou por várias cidades polacas e ucranianas, incluindo algumas na região do Donbass, onde desde 2014 se registam confrontos com as forças separatistas pró-russas. “Apenas 10 anos se passaram - e parece que foi num outro mundo”, considerou.

“Há 10 anos atrás a nossa Donetsk era uma cidade forte, orgulhosa e desenvolvida. E depois veio a Rússia. Trouxe ideias de um nível tão inadequado. E agora é uma cidade fantasma que perdeu a maioria das pessoas, milhares de vidas e absolutamente todas as perspetivas”, acrescentou.

Para Zelensky, "só o regresso da Ucrânia, que acontecerá definitivamente", trará “uma vida normal” aos habitantes destes territórios. “A vida que lá estava. Pacífica, segura, aberta ao mundo. E claro - novos jogos de equipas de classe mundial na Arena de Donbass”, frisou. 

Dez anos após o Europeu de 2012, a região do Donbass encontra-se sob ataque das tropas russas e, ao 105.º dia de guerra, “Severodonetsk permanece no epicentro do confronto”.

Apesar de a Ucrânia “defender” a sua posição e “infligir perdas significativas ao inimigo”, Zelensky afirma que “esta é uma batalha muito feroz, muito difícil”, sendo “provavelmente uma das mais difíceis ao longo desta guerra”.

“Em muitos aspetos, o destino do nosso Donbass está a ser decidido ali”, acrescentou.

No seu discurso, agradeceu ainda ao seu homólogo polaco, Andrzej Duda, um “amigo de todos os ucranianos”, por ter dado início “a uma viagem especial aos países europeus para apoiar a perspetiva europeia” da Ucrânia.

Sublinhe-se que Duda se reúne hoje com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na Câmara de Braga para discutir “a situação mundial” que se vive. A acompanhar o presidente polaco, estaria a presidente eslovaca, mas a viagem foi cancelada devido a um teste positivo à Covid-19.

Assinala-se, esta quarta-feira, o 105.º dia da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser mais elevado, pelo menos 4.200 civis morreram no conflito.

Leia Também: AO MINUTO: "Nenhum país ficará intacto"; Sete milhões de refugiados

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