O presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou a sua posição contra a Rússia, após visitar os militares franceses e tropas aliadas numa base da NATO na Roménia, esta quarta-feira.
“Faremos tudo o que conseguirmos para parar as forças russas, e para ajudar os ucranianos e o seu exército nas negociações”, assegurou o líder estatal, assinalando, contudo, que “num futuro próximo será preciso proteger, dissuadir e estar presente”.
O responsável chegou à Roménia na terça-feira para uma visita de três dias ao flanco sudeste da NATO, incluindo a Moldova, antes de, possivelmente, visitar Kyiv com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, indica a agência Reuters.
O mesmo meio refere que o chefe de Estado tem sido alvo de críticas por parte da Ucrânia e dos aliados do Leste, devido à sua "ambiguidade" no que toca ao apoio à Ucrânia face à invasão russa.
Nessa linha, o governo francês tem procurado reforçar a sua mensagem de apoio da Kyiv, ainda que Macron considere essencial não “humilhar” a Rússia, de modo a alcançar uma solução diplomática para o conflito.
Cerca de 800 soldados franceses estarão na Roménia ao abrigo da NATO, 500 dos quais com tropas dos Países Baixos e da Bélgica. Paris terá também mobilizado um sistema de mísseis superfície-ar.
O chefe de Estado francês rumará até à Moldova ainda esta quarta-feira, numa mostra de apoio ao país que muitos temem que possa ser ‘arrastado’ para o conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ONU confirmou ainda que 4.432 civis morreram e 5.499 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.
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