Lula critica extradição de Julian Assange para os Estados Unidos

O ex-presidente e atual candidato às eleições brasileiras, Lula da Silva, criticou hoje a decisão do Governo britânico de extraditar o fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos.

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Lusa
17/06/2022 22:14 ‧ 17/06/2022 por Lusa

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Lula da Silva

"Hoje tomaram a decisão de extraditar o Assange para os EUA. E se ele for extraditado, certamente é prisão perpétua, e ele morrerá na cadeia. E nós, que estamos aqui falando de democracia, precisamos perguntar: que crime o Assange cometeu? Ele só falou a verdade", escreveu Lula da Silva na sua conta oficial do Twitter.

Na opinião de Lula da Silva, Julian Assange apenas "denunciou as falcatruas e espionagens feitas pelo país mais importante do planeta".

"Se alguém cometeu um crime foi quem, em nome dos EUA, estava a espiar outros países. Inclusive a espiar sobre a Petrobras", frisou o candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT), cujas sondagens lhe dão uma clara vantagem para vencer as presidências de outubro.

O Governo britânico confirmou hoje a extradição do fundador do portal WikiLeaks para os Estados Unidos onde é procurado pela divulgação de uma grande quantidade de documentos confidenciais.

"De acordo com a Lei de Extradição de 2003", o Governo deve assinar uma ordem de extradição "se não houver motivos que parem a ordem", disse um porta-voz do Ministério do Interior britânico confirmando que a ministra Priti Pratel já assinou o documento de extradição.

A decisão é um momento que pode por termo à longa batalha legal de Assange que travou durante os últimos anos, no Reino Unido, para evitar a extradição para os Estados Unidos.

Formalmente, Julian Assange, de 50 anos, preso no Reino Unido, tem 14 dias para apresentar recurso.

Em reação à ordem de extradição, o portal WikiLeaks já considerou que se trata "de um dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânicas".

"Qualquer pessoa, neste país, que se preocupe com a liberdade de expressão deve estar profundamente envergonhada com o facto de a ministra do Interior ter aprovado a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, um país que planeou assassiná-lo", refere o comunicado divulgado pelo portal WikiLeaks.

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