Questionado hoje na Comissão de Ligação, composta por presidentes das diferentes comissões parlamentares, Johnson reiterou a determinação em permanecer no cargo.
"O país está a atravessar tempos difíceis", admitiu, referindo "as pressões a que as pessoas estão sujeitas e a necessidade de o governo se concentrar nas suas prioridades".
Mencionando ainda "a maior guerra na Europa nos últimos 80 anos", argumentou que "não seria de maneira nenhuma responsável virar as costas".
Questionado sobre se o Executivo vai sofrer com a falta de ministros e outros membros que se demitiram nas últimas horas, Johnson respondeu que "há uma riqueza de talentos" na bancada parlamentar, de mais de 300 deputados.
Cinco secretários de Estado anunciaram esta tarde numa carta conjunta que iam deixar o governo de Boris Johnson, elevando para pelo menos 32 o número de membros do governo britânico que se demitiram desde terça-feira.
"Temos de pedir que, para o bem do partido e do país, se demita", escreveram a Boris Johnson os Secretários de Estado Kemi Badenoch, Neil O'Brien, Alex Burghart, Lee Rowley e Julia Lopez.
Ao todo, segundo o Institute for Government, o Governo é composto por cerca entre 160 a 170 pessoas, entre ministros, secretários de Estado, assistentes e outros conselheiros.
Ainda no parlamento, Johnson recusou confirmar se o ministro da Habitação, Michael Gove, o terá aconselhado a demitir-se, como noticiaram vários meios de comunicação social.
O primeiro-ministro britânico está sob intensa pressão devido a uma série de demissões nas últimas 24 horas, que forçou uma remodelação da equipa.
A crise foi desencadeada porque Johnson admitiu, após dias a negá-lo, que sabia de alegações de má conduta sexual contra o deputado Chris Pincher antes de o promover a vice-presidente da bancada parlamentar em fevereiro.
Entretanto suspenso dos Conservadores, Pincher demitiu-se na semana passada após acusações de que tocou de forma sexual vários homens num clube privado em Londres, alegando ter "bebido demais".
Questionado se pretendia convocar eleições antecipadas, Johnson desmentiu os rumores.
"Penso que ninguém neste país quer que os políticos entrem agora em eleições. Penso que temos de continuar a servir os nossos eleitores, e resolver as questões que lhes dizem respeito", acrescentou.
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