"Observamos com pesar que as negociações estão paralisadas", indicaram.
Num comunicado conjunto emitido na noite de sábado, os dirigentes político-militares do Grupo Roma, do Grupo de Doha e da Coordenadora Nacional para a Mudança e Reforma condenaram as "manobras desestabilizadoras dos diferentes grupos da delegação do governo".
Os dirigentes rejeitaram "mais uma vez o mau ambiente de trabalho que prevalece nas negociações de paz em Doha", bem com as "manobras delatórias" da delegação governamental destinadas a "perturbar a serenidade das negociações".
Também julgaram a "ausência quase total" de uma sessão plenária e, portanto, de debates diretos com o governo.
Por fim, os signatários disseram que tomaram conhecimento da nova data para o diálogo nacional, marcada para 20 de agosto, mas lamentaram que tenha sido decidida "sem consulta prévia ou informação direta".
O comunicado foi emitido após a junta militar que lidera o Chade ter anunciado na última quinta-feira a data do diálogo de reconciliação nacional, adiada várias vezes desde que tomou o poder em abril de 2021.
O Chade é governado por um Conselho Militar de Transição (CMT) desde a morte do presidente Idriss Déby Itno -- que governava o país desde 1990 -- em abril do ano passado, durante violentos confrontos entre rebeldes e o Exército.
Após tomar o poder, a CMT, liderada por Mahamat Idriss Déby, de 38 anos, filho do chefe de Estado falecido, anulou a Constituição e dissolveu o Governo e parlamento.
Em meados de março de 2022, o Chade iniciou negociações preliminares no Qatar para "um diálogo nacional inclusivo" com os grupos rebeldes armados locais, com o objetivo de incorporá-los no processo.
O diálogo nacional foi inicialmente convocado para 15 de fevereiro, mas três semanas antes as autoridades decidiram adiá-lo pela primeira vez até 10 de maio. Voltou a ser adiado -- sem data fixa -- após a recomendação dos mediadores do Qatar.
Mahamat Idriss Déby prometeu a realização de eleições livres e democráticas dentro de 18 meses, após um "diálogo nacional inclusivo" com toda a oposição política e vários grupos rebeldes.
Desde o início, o CMT tem contado com o apoio da comunidade internacional, liderada por França, União Europeia e União Africana, uma vez que o Exército do Chade é um dos pilares da guerra contra os grupos 'jihadistas' na região do Sahel, em conjunto com as tropas francesas da Operação Barkhane.
Leia Também: Fogo em mercado de Londres mobiliza 100 bombeiros e obriga a evacuação