Japão alerta para crescentes ameaças à sua segurança pela Rússia e China

O Japão alertou hoje para crescentes ameaças à sua segurança, suscitadas pela guerra na Ucrânia e as tensões entre China e Taiwan, num documento da Defesa nipónica publicado numa altura em que Tóquio tenta reforçar os gastos militares.

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Lusa
22/07/2022 13:22 ‧ 22/07/2022 por Lusa

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Japão

O Livro Branco anual de Defesa, aprovado pelo gabinete do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, destacou a necessidade de o Japão obter apoio da sua opinião pública para reforçar o orçamento militar, um objetivo do atual executivo.

O relatório foi publicado meses antes de uma revisão da estratégia de segurança nacional do Japão, que deve incluir a capacidade de ataque preventivo, que críticos dizem ir para além das limitações da Constituição pacifista do país.

China, Rússia e Coreia do Norte lideram as preocupações do Japão, no relatório de 500 páginas.

O ministro da Defesa, Nobuo Kishi, disse, em comunicado, que a região do Indo-Pacífico está "no centro" da competição estratégica internacional.

O relatório classifica a invasão da Ucrânia pela Rússia como uma "grave violação do Direito internacional", que suscita "preocupações de que os efeitos de tais mudanças unilaterais ao 'status quo', através do uso da força, possam alargar-se à região do Indo-Pacífico".

A competição estratégica entre os Estados intensificou-se, num período de mudanças no equilíbrio do poder global, e é "ainda mais complicada, por fatores como o amplo e rápido desenvolvimento militar da China", lê-se no documento, citado pelas agências internacionais.

O relatório da Defesa nipónica duplicou o conteúdo sobre Taiwan, em relação à edição do ano passado.

O documento refere preocupações de que a invasão da Ucrânia pela Rússia possa ser replicada pela China, face a Taiwan.

E aponta a crescente tensão entre Washington e Pequim, à medida que os Estados Unidos continuam a enviar navios de guerra para o Estreito de Taiwan e a vender armas a Taipé, enquanto aviões de guerra chineses entram cada vez mais no espaço aéreo de Taiwan.

Pequim reivindica Taiwan como uma província da China, que ameaça anexar à força, caso seja necessário.

As autoridades do Japão também estão preocupadas com as tentativas unilaterais "implacáveis" da China de mudar o 'status quo' "por coerção" das ilhas do Mar do Leste da China controladas pelos japoneses, mas que Pequim também reivindica.

A China pretende construir um "Exército de classe mundial" e está a intensificar a fusão de recursos militares e civis, aponta o relatório.

O documento refere que o isolamento internacional da Rússia e a fadiga da guerra podem aumentar a importância da cooperação política e militar russa com a China.

E frisa que a cooperação militar entre os dois países deve ser observada de perto porque pode ter um "impacto direto" na segurança do Japão.

China e Rússia estão a intensificar operações e exercícios conjuntos, que envolvem navios de guerra e aeronaves militares ao redor do Japão, enquanto Pequim ameaça usar a força sobre Taiwan, o que aumentaria as tensões regionais, disse Nobuo Kishi, citado na mesma nota informativa.

O relatório surge numa altura em que o Governo de Kishida se compromete a reforçar a capacidade militar e o orçamento do Japão, sob uma estratégia de revisão das diretrizes de base da Defesa do país.

O Partido Liberal Democrata, atualmente no poder, pediu a duplicação dos gastos militares do Japão para 2% do PIB (Produto Interno Bruto), o equivalente a cerca de 72 mil milhões de euros, nos próximos cinco anos.

Leia Também: Japão vai realizar funeral de Estado para Shinzo Abe a 27 de setembro

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