No mesmo dia em que o Reino Unido bateu o recorde de temperatura mais alta desde que há registos, com uma leitura de 40,2º Celsius, os passageiros que voltavam do Aeroporto de Londres Stansted divulgaram imagens do momento em que foram obrigados a atravessar a ferrovia, uma vez que os comboios foram evacuados devido ao calor extremo.
O incidente ocorreu na terça-feira, dia 19 de julho, sendo que, por volta das 18h, os termómetros marcavam 38,9º Celsius.
“O comboio ficou preso e tivemos de ser retirados no dia mais quente do ano”, relatou uma das passageiras, que divulgou as imagens que poderá ver na galeria acima.
“Devíamos ter ficado de férias por mais um dia”, complementou.
Os passageiros rumaram até à estação de Broxbourne, onde chamaram táxis, segundo o The Independent.
A empresa ferroviária Greater Anglia confirmou que o problema foi causado pelo fornecimento elétrico devido ao calor extremo, sublinhando ter avisado os passageiros para evitar viajar naquele dia.
O secretário britânico dos Transportes, Grant Shapps, explicou, na altura, que as infraestruturas de transportes do Reino Unido, algumas das quais datam da época vitoriana, "simplesmente não foram construídas para suportar este tipo de temperatura", ressalvando que a sua substituição levará "muitos anos".
Na verdade, a estação de King's Cross, em Londres, por onde passam diariamente mais de 200 mil pessoas, estava, na terça-feira, praticamente vazia, devido ao cancelamento de dezenas de comboios para cidades como Edimburgo, Newcastle, Hull, Leeds ou York.
A Network Rail, empresa responsável pela manutenção da rede ferroviária, que pintou carris de branco para refletir o calor, revelou que algumas linhas chegaram aos 62º C na segunda-feira.
Especialistas em clima alertaram que o aquecimento global aumentou a frequência de eventos climáticos extremos, com estudos a mostrar que a probabilidade de as temperaturas no Reino Unido atingirem 40º Celsius é, atualmente, 10 vezes maior do que na era pré-industrial.
A seca e as ondas de calor ligadas às mudanças climáticas também tornaram os incêndios florestais mais difíceis de combater.
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