O governo da Nova Zelândia introduziu, na terça-feira, novas leis que visam a criação de uma geração livre de tabaco, na tentativa de quebrar o domínio “nojento e bizarro” das tabaqueiras.
O objetivo passa por fazer com que aqueles nascidos após o ano de 2008 nunca possam adquirir tabaco de forma legal. Além disso, a medida reduzirá dramaticamente a quantidade de nicotina presente nos cigarros, obrigando a que sejam vendidos apenas em lojas especializadas.
Ainda assim, apenas os produtos de tabaco serão afetados, sendo que os cigarros eletrónicos permanecerão legais.
“Durante décadas, permitimos que as empresas de tabaco estivessem no mercado, tornando o seu produto mortal cada vez mais viciante. É nojento e é bizarro. Temos mais regulamentações neste país sobre a segurança da venda de uma sandes do que de um cigarro”, referiu a ministra adjunta da Saúde, Ayesha Verrall, ao apresentar a lei.
“A nossa prioridade com este projeto de lei é proteger o que é precioso: o nosso povo, as nossas famílias, as nossas comunidades”, complementou, citada pelo The Guardian.
Na primeira leitura, a medida obteve o apoio de praticamente todos os partidos. A próxima etapa do processo passará por ouvir as sugestões de especialistas e do público, esperando-se que a lei entre em vigor em 2023.
Contudo, Matt Doocey, deputado da oposição, manifestou reservas quanto à natureza experimental da medida, ainda que a apoie.
“Não tenho nenhum problema em que a Nova Zelândia seja a primeira do mundo [a implementar este tipo de legislação]”, disse, sublinhando, no entanto, que a falta de testes se traduz num grau de “incerteza significativa”.
O Partido Verde, por sua vez, receia que a indústria poderá ser ‘empurrada’ para a clandestinidade.
O partido de direita ACT New Zealand foi o único a opor-se à medida.
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