O relator especial das Nações Unidas sobre os direitos dos migrantes, Felipe Gonzalez Morales, elogiou, esta quinta-feira, as autoridades e os cidadãos polacos que deram proteção e assistência a mais de dois milhões de refugiados ucranianos e os alojaram nas suas casas desde o início da invasão russa em fevereiro.
Contudo, afirmou que a polícia polaca deve pôr fim ao tratamento "muito diferente" dos refugiados ucranianos e não ucranianos, explicando que se verifica um "forte contraste" na receção que Varsóvia dá a imigrantes de outros países.
Felipe Gonzalez Morales frisou que os refugiados de outras nacionalidades enfrentam "dificuldades na obtenção de autorizações de residência, abrigo adequado e não beneficiam das mesmas proteções legais" do que os cidadãos ucranianos.
@UNSR_Migration #Poland for warm welcome of #Ukraine #refugees, but access to residence and shelter for #migrants from other countries is starkly different. To avoid loss of life, #EU, #Poland & #Belarus must stop #pushbacks & protect human rights https://t.co/wJ1StvI15W pic.twitter.com/QIuVdq6I1a
— UN Special Procedures (@UN_SPExperts) July 28, 2022
À Polónia chegaram refugiados vindos do Médio Oriente, Ásia ou África, que estavam a estudar ou a trabalhar na Ucrânia na altura da invasão. "Noto com preocupação que esta abordagem de dois pesos e duas medidas levou a sentimentos de discriminação entre nacionais de países terceiros", disse Morales, de acordo com a estação de televisão Al Jazeera.
Nem o governo ou o serviço de guarda fronteiriço polaco reagiram às declarações de Morales.
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