Na quinta-feira, um gangue armado invadiu um local onde estavam a decorrer as filmagens de um videoclipe, perto de Krugersdorp, pequena cidade a oeste de Joanesburgo, e violou oito jovens que faziam parte do elenco.
Ninguém ainda foi acusado por violação coletiva, mas a polícia culpou imigrantes ilegais que trabalham nas minas na área - conhecida localmente como Zama Zama - e prendeu 84 pessoas numa operação.
Dois outros suspeitos foram mortos num tiroteio com a polícia e um terceiro ficou ferido, segundo fontes da polícia.
Hoje, os detidos começaram a ser ouvidos em tribunal, mas pelo facto de terem entrado ilegalmente no país e de terem em sua posse bens roubados.
Mas a chefe da Polícia Nacional, Fannie Masemola, disse que há uma investigação em curso para determinar se os suspeitos estiveram envolvidos no estupro.
Um pequeno grupo de manifestantes reuniu-se do lado de fora do tribunal exigindo justiça, e exibindo cartazes que, segundo a agência France-Presse, diziam: "Sem fiança para violadores", "Sou o próximo?", ou mesmo "O meu corpo não é um cenário de crime".
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, classificou hoje o que aconteceu como "atos horríveis de brutalidade" e "uma afronta aos direitos das mulheres e meninas", e afirmou: "Os violadores não têm lugar na nossa sociedade".
"O que aconteceu em Krugersdorp é simplesmente uma vergonha para a nação", disse o ministro da Polícia, Bheki Cele, numa conferência de imprensa, considerando que as vítimas vão ter "cicatrizes ao longo da vida".
Esta situação dramática veio alimentar um debate já existente na África do Sul sobre a introdução ou não da castração química para violadores.
Ao mesmo tempo, também aumentou a pressão sobre o Governo, com os críticos a dizerem que a polícia está mal equipada para combater o crime no país, que tem uma das maiores taxas de homicídio do mundo e que recentemente foi atingido por uma série de tiroteios.
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