Kyiv aponta que diálogo com Moscovo está limitado a questões humanitárias
Os contactos entre Kiev e Moscovo estão atualmente limitados ao aspeto humanitário, em especial sobre a libertação e troca de prisioneiros, referiu esta sexta-feira o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podoliak.
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Mundo Ucrânia
"Temos alguns diálogos sobre a libertação de presos, a troca de corpos. Ou seja, há diálogos sobre essa componente humanitária", explicou o conselheiro do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform.
Com as relações neste ponto, Podoliak salientou que a Ucrânia está ciente que qualquer tipo de contacto com o lado russo é "muito difícil" no contexto da guerra.
Da mesma forma, o conselheiro presidencial apontou que não há nenhum tipo de conversa a nível político ou militar.
Mykhailo Podoliak detalhou ainda que as recentes negociações sobre as exportações de cereais ucranianos não decorreram diretamente entre Kiev e Moscovo, mas através de um mediador.
O último contacto direto entre a Rússia e a Ucrânia ocorreu na cidade turca de Istambul, no final de março, durante uma ronda de negociações tendo em vista o fim do conflito.
Desde então, este processo de diálogo está paralisado.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU confirmou que 5.401 civis morreram e 7.466 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 170.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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