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"Dececionante". Embaixador critica Papa por referência à morte de Dugina

Embaixador da Ucrânia no Vaticano acusou a Rússia de ser responsável pelo ataque que matou a jornalista e comentadora política, de 29 anos, na noite de sábado. 

"Dececionante". Embaixador critica Papa por referência à morte de Dugina

O embaixador da Ucrânia no Vaticano, Andrii Yurash, criticou esta quarta-feira o Papa Francisco pela sua referência à morte de Darya Dugina, filha do filósofo ultranacionalista russo Alexander Dugin. Em causa está o facto de o pontífice ter afirmado que “os inocentes pagam pela guerra” na Ucrânia e que pensa “naquela pobre rapariga morta” numa explosão em Moscovo.

Numa publicação na rede social Twitter, Yurash descreveu o discurso como "dececionante" e acusou a Rússia de ser responsável pelo ataque que matou a jornalista e comentadora política, de 29 anos, na noite de sábado. 

“O discurso de hoje do Papa foi dececionante e fez-me pensar em muitas coisas: não se pode falar em agressor e vítima, violar e violado na mesma categoria”, começou por afirmar.

E questionou: “Como é que é possível mencionar um dos ideólogos do imperialismo russo como uma vítima inocente?”.

À semelhança de outros responsáveis ucranianos, o representante da Ucrânia considerou que Darya Dugina “foi morta por russos” e está a ser usada como um “escudo da guerra”.

No dia em que a Ucrânia celebra o 31.º aniversário da sua independência e se assinala o sexto mês do início da invasão russa, o Papa referiu a morte da filha de Dugin durante a sua audiência geral. 

“Penso na crueldade, nos inocentes que estão a pagar esta loucura, a loucura de todas as partes, porque a guerra é uma loucura. Os inocentes pagam pela guerra”, sublinhou. Francisco disse ainda pensar "naquela pobre rapariga que explodiu numa bomba debaixo do banco de um carro em Moscovo”.

Líder do Movimento Eurasiático, Alexander Dugin, 60 anos, tem sido descrito no Ocidente como "cérebro de Putin" e "guia espiritual" da invasão da Ucrânia, embora se desconheça se mantém contactos com o líder russo.

Apoiante da invasão da Ucrânia, como o pai, Darya Dugina foi alvo de sanções das autoridades norte-americanas e britânicas, que a acusaram de contribuir para a desinformação em relação à guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.

Numa entrevista em maio, descreveu a guerra na Ucrânia como um "choque de civilizações" e manifestou orgulho por ela e o pai terem sido sancionados pelo Ocidente, segundo a BBC.

Leia Também: AO MINUTO: Ucrânia queria "paz", agora quer "vitória"; MNE em Kyiv

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