Os apoiantes do líder religioso e político entraram no Palácio da República, localizado na ultra-segura Zona Verde da capital iraquiana, cujas entradas foram fechadas, disse uma fonte de segurança.
Em Bagdade, vários milhares de apoiantes de Al-Sadr dirigiram-se para este edifício no centro da cidade, onde são recebidos os convidados ilustres do Estado, e alguns conseguiram mesmo entrar.
As forças de segurança iraquianas já anunciaram o recolher obrigatório em Bagdade, por causa deste episódio de invasão do Palácio da República.
Muqtada al-Sadr anunciou hoje a sua "retirada definitiva" da cena política no Iraque, perante a crise política que o país árabe vive desde as eleições de outubro de 2021.
"Decidi deixar de intervir nos assuntos políticos. Anuncio a minha retirada final e o encerramento de todas as sedes das instituições políticas (do movimento sadrista)", disse o influente clérigo e líder do principal partido no Iraque.
O anúncio de al-Sadr ocorre apenas 48 horas depois de ter exigido a exclusão da cena política de todos os partidos que atuam no Iraque desde 2003, como condição para superar a crise que se vive desde as eleições de outubro.
O Iraque vive uma crise política desde que as eleições legislativas de outubro de 2021 deram a vitória ao partido sadrista, mas com apenas 73 lugares nos 329 do Parlamento.
O partido de al-Sadr tentou uma aliança com outras forças parlamentares para eleger o Presidente e o primeiro-ministro, que ficariam encarregados de formar um Governo, o que acabou por não ser possível, devido ao bloqueio dos opositores xiitas, próximos do regime iraniano.
Os deputados sadristas demitiram-se em bloco, em junho, mas, perante a eleição de um Presidente e de um primeiro-ministro propostos pelos opositores, os seguidores de Al-Sadr ocuparam o Parlamento, em 30 de julho.
A ocupação durou uma semana e, após um apelo do clérigo, os sadristas retiraram-se do Parlamento e têm estado acampados em frente ao edifício, para exigir a dissolução da Câmara e novas eleições.
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