Com as temperaturas a começar a baixar, aumentam entre os alemães as preocupações com a falta de gás na maior economia europeia e a subida dos preços da energia. As mudanças começam a notar-se a partir do início do mês, com o governo a garantir que tudo fará para ajudar a população.
Durante três meses, os alemães puderam viajar nos transportes públicos de todo o país por nove euros. O desconto chegou ao fim a 01 de setembro, com Berlim a querer adotar uma versão deste passe mensal já a partir de outubro. A medida está a gerar controvérsia nos restantes estados federados.
No total, foram vendidos cerca de 52 milhões de passes em junho, julho e agosto, e já foram vários os protestos que reivindicam o regresso da medida. Na segunda-feira, foi entregue uma petição com 450 mil assinaturas nesse sentido, dirigida ao ministro das Finanças Christian Lindner.
Também acabou o desconto do imposto energético sobre os combustíveis, que vigorou durante três meses. Os preços da gasolina e do gasóleo subiram logo no primeiro dia de setembro, com um litro a superar os dois euros em vários postos.
Estas duas medidas serviram de 'amortecedor' à subida da inflação que atingiu em maio os 7,9 por cento, tendo caído nos dois meses seguintes, baixando para os 7,5 por cento em julho.
No entanto, o Departamento Federal de Estatística anunciou nesta quarta-feira que a taxa de inflação anual na Alemanha voltou a subir em agosto para os 7,9 por cento, o nível mais alto em quase meio século.
Para aliviar os consumidores, o governo decidiu juntar à folha de vencimento de todos os trabalhadores, mesmo os que trabalham a tempo parcial, um incentivo de 300 euros sujeitos a impostos. O tempo que as transferências vão demorar ainda não é claro.
Em conferência de imprensa, Christian Lindner sublinhou que são necessários pelo menos 18 meses para reunir todos os dados, acrescentando que, atualmente, são possíveis, por dia, 100 mil transferências da administração pública diretamente aos cidadãos.
No entanto, o ministro das Finanças assegurou que "serão encontrados caminhos tecnicamente viáveis".
Esta semana, a petrolífera russa Gazprom interrompeu novamente o fornecimento de gás através do gasoduto Nord Stream 1, alegando a necessidade de manutenção, pondo em risco a recente descida dos preços do gás e da eletricidade.
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