O navio-escola "Brasil" está atracado em Lisboa, enquanto o seu congénere português "Sagres" se encontra no Brasil, a participar nas comemorações do bicentenário, com ambos a desempenharem o seu papel de "embaixadas itinerantes", como indicou o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Portugal, ministro conselheiro João Ortega Terra.
Devidamente ornamentado com bandeiras, entre as quais se destacam a brasileira e portuguesa, o navio -- que transporta 32 oficiais, 220 praças e 193 guardas-marinha -- acolheu vários representantes diplomáticos de países "com relações especialmente sólidas" com o Brasil e a sua Marinha, disse o diplomata.
A cerimónia começou com os hinos nacionais dos dois países, antes de o comandante do navio, o capitão-de-mar-e-guerra André Ricardo Araújo Silva, usou da palavra para recordar a história deste navio, o terceiro da Marinha do Brasil a ostentar esse nome e que foi lançado ao mar em 1986.
Seguiu-se a intervenção de João Ortega Terra, que sublinhou os laços que unem o Brasil e Portugal, que classificou de "a mais perfeita amizade".
A cerimónia terminou com a entrega de uma miniatura do navio-escola "Brasil" a Carlos Moedas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, anfitriã do evento.
À Lusa, João Ortega Terra referiu que se trata de "uma circunstância extraordinária: comemorar o bicentenário da independência do Brasil em Portugal".
E destacou o envolvimento de Portugal nessas celebrações. "É uma coisa que não é usual nos outros países, participar dessa forma da celebração da independência de outro país que foi sua colónia no passado".
"O entusiasmo da participação de Portugal é algo que nos emociona e nos deixa muito satisfeitos", disse, recordando que o embaixador brasileiro em Portugal encontra-se atualmente em Brasília, a acompanhar o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que participam no bicentenário, no Brasil.
"Isto dá a dimensão do envolvimento de Portugal nessas celebrações", indicou.
O diplomata deixou uma mensagem aos portugueses e aos brasileiros que vivem em Portugal: "Somos de facto irmãos".
Sobre as comemorações do bicentenário em curso, João Ortega Terra afirmou que, no caso da relação bilateral, gostaria que a sua marca fosse precisamente a decisão de o mesmo ser celebrado em conjunto.
"A independência foi uma rutura política, para se tornar uma grande amizade", observou.
No interior do navio, em grande destaque, uma mesa apresentava desenhada, com grãos de café, uma âncora, símbolo da Marinha, e o número de anos do Brasil independente: 200.
Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) proclamou, nas margens do Rio Ipiranga, a independência do Brasil.
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