Vestida com as cores da bandeira ucraniana, azul e amarelo, Ursula von der Leyen dedicou o início do seu discurso sobre o Estado da União Europeia (UE) à guerra em curso na Ucrânia, dirigindo-se em particular à primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, convidada de honra hoje no hemiciclo de Estrasburgo.
"A coragem tem um rosto, e esse rosto é o rosto dos homens e mulheres ucranianos que enfrentaram a agressão russa", declarou a presidente do executivo comunitário, que saudou em particular o exemplo dado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e pela sua mulher.
"Foi precisa imensa coragem para resistir à crueldade de Putin. Mas encontraram a coragem. A Ucrânia está forte hoje porque pessoas como o seu marido, o Presidente Zelensky, permaneceu em Kiev para liderar a resistência, juntamente consigo e com os vossos filhos. Vocês deram coragem a toda uma nação. Deram voz ao vosso povo no palco global. Por isso hoje queremos agradecer-vos e a todos os ucranianos. Glória a um país de heróis europeus", declarou.
Afirmando-se orgulhosa da "resposta unida, determinada e imediata" da União Europeia à agressão militar da Rússia à Ucrânia, Von der Leyen sublinhou que "esta não é apenas uma guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia", é também uma guerra contra os valores europeus, contra o futuro da Europa, "é uma autocracia contra a democracia".
"E estou aqui com a convicção de que, com a coragem necessária e com a solidariedade necessária, Putin falhará e a Ucrânia e a Europa prevalecerão", disse.
Dirigindo-se a Olena Zelensky, a presidente da Comissão garantiu que "a solidariedade da UE com a Ucrânia vai permanecer intocável".
"Quero deixar bem claro que as sanções estão aqui para ficar. Este é o momento para mostrarmos determinação e não apaziguamento. Isto tem de ficar muito claro. O mesmo se aplica ao nosso apoio financeiro à Ucrânia", disse, anunciando então uma nova ajuda, de 100 milhões de euros, para a reconstrução de escolas na Ucrânia.
Depois de nos dois anos anteriores o Estado da União ter sido dominado pela pandemia da covid-19, este ano, naquele que é o terceiro discurso de Ursula von der Leyen, a crise continua como pano de fundo, mas agora à luz da guerra lançada pela Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro e os seus efeitos na Europa, designadamente no plano económico e energético.
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