O organismo mundial de 193 membros aprovou o discurso virtual de Zelensky devido à sua necessidade de lidar com a situação de guerra após a invasão da Rússia.
A exceção responde à preocupação de que os líderes dos Estados soberanos da ONU "amantes da paz" não possam participar pessoalmente "por razões fora do seu controlo devido a invasão, agressão, hostilidades militares em curso que não permitem uma saída e regresso seguro aos seus países, ou a necessidade de exercer os seus deveres e funções de defesa e segurança nacionais".
A assembleia rejeitou, numa votação anterior, uma proposta da Bielorrússia, um aliado próximo da Rússia, que teria permitido a qualquer líder enfrentando dificuldades excecionais, e não podendo comparecer, fazer um discurso pré-gravado.
O documento aprovado sublinha, aliás, que a decisão não abre um precedente para futuras reuniões de alto nível da assembleia.
No documento hoje aprovado é lembrada a resolução da Assembleia Geral aprovada numa sessão especial de emergência em 02 de março, seis dias após o inicio da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro, exigindo o fim imediato da ofensiva de Moscovo e a retirada das tropas russas.
Os líderes mundiais foram autorizados a falar por vídeo em 2020 e em 2021 devido à pandemia, mas este ano o evento voltou a ser presencial.
De acordo com a lista de oradores mais recente, o discurso de Zelensky deverá ser ouvido na assembleia na tarde de 21 de setembro, mas a ordem pode mudar até lá.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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