Presidente da África do Sul discute com executivo crise de energia
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, discutiu hoje com caráter de urgência com o executivo a recorrente crise de energia elétrica sem precedentes que afeta o país, foi hoje anunciado.
© Reuters
Mundo Cyril Ramaphosa
O chefe de Estado sul-africano cancelou a deslocação a Nova Iorque, Estados Unidos da América, onde deveria participar também na Assembleia-Geral das Nações Unidas, logo após o funeral da rainha Isabel II, em Londres, Reino Unido, segundo a Presidência da República sul-africana.
Ramaphosa reuniu-se com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, na sexta-feira, 16 de setembro.
Em declarações à imprensa local, o porta-voz da Presidência da República, Vincent Magwenya, sublinhou que Rampahosa já havia realizado uma reunião virtual no domingo com vários ministros para discutir a crise de energia no país, na qual participaram membros do novo Comité Nacional de Crise Energética.
A nova estrutura interministerial foi criada no mês passado na sequência dos vários apagões que afetaram o país em julho.
A estatal elétrica Eskom, que fornece cerca de 95% da eletricidade do país com mais de 60 milhões de habitantes, retomou nas últimas semanas os cortes de energia de nível 6, sendo o nível 8 o mais severo, na tentativa de manter a operacionalidade da rede elétrica nacional, que depende das centrais a carvão, envelhecidas e mal geridas pela empresa pública sul-africana.
Os apagões por mais de 10 horas por dia, estão a afetar também outros serviços públicos, incluindo o abastecimento de água em grandes áreas urbanas, à medida que as bombas elétricas param.
A Eskom anunciou que precisa de adquirir "urgentemente" pelo menos 1.000 megawatts de eletricidade do setor privado para aliviar o "fardo" dos apagões.
Os cortes de energia da Eskom, conhecidos localmente por 'loadshedding' (redução de carga), contribuíram para a contração da economia em 0,7% no segundo trimestre, segundo a agência oficial de estatística sul-africana StatsSA.
A Aliança Democrática (DA), o maior partido na oposição na África do Sul, salientou na terça-feira que o Presidente Cyril Ramaphosa e o seu executivo "perderam completamente o controlo da Eskom", considerando que a empresa pública enfrenta o "colapso iminente".
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