Guarda Revolucionária iraniana qualifica protestos como "sedição"

A poderosa Guarda Revolucionária do Irão definiu hoje como "sedição" os protestos por Masha Amini e pediu ao poder judicial que proceda ao julgamento "de quem dissemina rumores e mentiras" nas redes sociais e nas ruas.

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Lusa
22/09/2022 15:49 ‧ 22/09/2022 por Lusa

Mundo

Irão

O corpo militar referia-se aos recentes atos de "sedição" que foram "organizados pelo inimigo", num duro comunicado onde também envia condolências à família da falecida.

"Pedimos ao judiciário que identifique os que disseminam rumores e mentiras nas redes sociais e nas ruas e atue decididamente contra eles", acrescentou esta divisão de elite das Forças armadas iranianas.

Amini foi detida na terça-feira passada pela designada "Polícia de moralidade" de Teerão, onde se encontrava de visita, por transportar o véu de forma incorreta e transferida para uma esquadra com o objetivo de assistir a "uma hora de reeducação".

Morreu três dias mais tarde num hospital onde chegou em coma após sofrer um ataque cardíaco, que as autoridades atribuíram a problemas de saúde, versão rejeitada pela família.

Desde então multiplicaram-se os protestos em pelo menos 20 cidades, com a morte de oito pessoas, segundo a versão oficial.

A Guarda Revolucionária (abreviação do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica) afirmou hoje que "a morte de uma compatriota" está a ser utilizada contra o país e enalteceu os iranianos que não se juntaram a esta "conspiração".

Por sua vez, o diário ultraconservador Kayhan, cujo diretor é eleito por Ali Khamenei, líder supremo do Irão, criticou o poder judicial por aparentemente não ter emitido condenações na sequência dos protestos.

"Não tenham piedade desses criminosos", sugeriu o jornal.

Na madrugada passada foram mortos dois basijis (milicianos muçulmanos) e incendiadas pelo menos duas esquadras de polícia, para além de numerosos veículos.

Vídeos partilhados no Twitter por ativistas e jornalistas mostram protestos em numerosas cidades do país durante mais uma noite, mas a sua veracidade não foi confirmada, indicou a agência noticiosa Efe.

Na noite de quarta-feira o Governo bloqueou a internet quase totalmente e condicionou as aplicações WhatsApp e Instagram, numa aparente tentativa de controlar os protestos.

Leia Também: Sobe para 17 o número de mortos em manifestações no Irão

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