O corpo militar referia-se aos recentes atos de "sedição" que foram "organizados pelo inimigo", num duro comunicado onde também envia condolências à família da falecida.
"Pedimos ao judiciário que identifique os que disseminam rumores e mentiras nas redes sociais e nas ruas e atue decididamente contra eles", acrescentou esta divisão de elite das Forças armadas iranianas.
Amini foi detida na terça-feira passada pela designada "Polícia de moralidade" de Teerão, onde se encontrava de visita, por transportar o véu de forma incorreta e transferida para uma esquadra com o objetivo de assistir a "uma hora de reeducação".
Morreu três dias mais tarde num hospital onde chegou em coma após sofrer um ataque cardíaco, que as autoridades atribuíram a problemas de saúde, versão rejeitada pela família.
Desde então multiplicaram-se os protestos em pelo menos 20 cidades, com a morte de oito pessoas, segundo a versão oficial.
A Guarda Revolucionária (abreviação do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica) afirmou hoje que "a morte de uma compatriota" está a ser utilizada contra o país e enalteceu os iranianos que não se juntaram a esta "conspiração".
Por sua vez, o diário ultraconservador Kayhan, cujo diretor é eleito por Ali Khamenei, líder supremo do Irão, criticou o poder judicial por aparentemente não ter emitido condenações na sequência dos protestos.
"Não tenham piedade desses criminosos", sugeriu o jornal.
Na madrugada passada foram mortos dois basijis (milicianos muçulmanos) e incendiadas pelo menos duas esquadras de polícia, para além de numerosos veículos.
Vídeos partilhados no Twitter por ativistas e jornalistas mostram protestos em numerosas cidades do país durante mais uma noite, mas a sua veracidade não foi confirmada, indicou a agência noticiosa Efe.
Na noite de quarta-feira o Governo bloqueou a internet quase totalmente e condicionou as aplicações WhatsApp e Instagram, numa aparente tentativa de controlar os protestos.
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