Casa Branca de Trump contactou invasor do Capitólio durante ataque

Foram recolhidas várias comunicações pela administração Trump nos dias que antecederam o ataque, com o objetivo claro de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020.

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Notícias ao Minuto
27/09/2022 10:48 ‧ 27/09/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ataque ao Capitólio

Um antigo funcionário do Comissão de Inquérito ao ataque ao Capitólio, do dia 6 de janeiro de 2021, revelou no domingo que alguém na administração de Donald Trump contactou um invasor através de uma telefone fixo na Casa Branca, fomentando as suspeitas de ligações entre a equipa do antigo presidente e os apoiantes que atacaram o edifício do Congresso.

As revelações fazem parte de um livro de Denver Riggleman que, numa entrevista ao programa '60 Minutes' da CBS, no domingo, confirmou a existência da chamada.

Riggleman contou que a chamada entre um membro da administração de Trump (cuja identidade se mantêm desconhecida) e Anton Lunyk, um apoiante de 26 anos, durou nove segundos e foi efetuada às 16h34 - poucos minutos depois de Trump ter publicado um 'tweet' em que pediu aos seus apoiantes para "irem para casa".

Os advogados de Lunyk, que foi condenado a um ano de pena suspensa por invadir o Capitólio, recusaram comentar a ligação - mas Riggleman vincou na entrevista, citada pelo New York Times, que "os dados confirmam que a chamada aconteceu".

As ações de Donald Trump antes e durante o ataque continuam a ser investigadas pela Comissão de Inquérito da Câmara dos Representantes, que tem repetidamente demonstrado como o antigo presidente e a sua equipa tentaram reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020. Trump é também acusado de incentivar a multidão que atacou o Congresso no dia 6 de janeiro, através de várias mensagens e comícios nos dias anteriores e no dia do ataque.

Para Riggleman, a chamada entre a Casa Branca e Anton Lunyk é um momento crucial na investigação, mas recusa classificá-la como um momento de irrefutável culpa.

No seu livro, 'The Breach' ('A Brecha', traduzido do inglês), o antigo funcionário da comissão e antigo deputado republicano na Câmara dos Representantes pelo estado do Virgínia, descreve mais comunicações feitas a partir da Casa Branca com o objetivo de planear o ataque - nomeadamente uma chamada entre Mark Meadows, antigo secretário de Trump, e Phil Waldron, um coronel reformado que chegou a divulgar um plano sobre como reverter as eleições que deram a vitória a Joe Biden - e que Trump continua a considerar como "ilegais", apesar de todas as entidades oficiais garantirem a integridade do sufrágio.

Apesar das revelações, o livro terá causado algum mau estar dentro da comissão de inquérito. Denver Riggleman fez duras críticas ao membros do painel, por considerar que estes não estavam a ser suficientemente duros com o antigo presidente e as suas ações.

Riggleman também disse que a comissão não estava disposta a gastar mais dinheiro para aprofundar a investigação às suspeitas de ligações entre a equipa de Donald Trump e milícias violentas de extrema-direita, como os Oath Keepers e os Proud Boys (os dois grupos que estiveram mais envolvidos na coordenação do ataque e são regularmente responsabilizados por manifestações violentas, racistas, homofóbicas e supremacistas).

O painel já respondeu às críticas do antigo membro e, ao New York Times, o porta-voz do comité, Tim Mulvey, garantiu que os deputados "investigaram de forma agressiva estas suspeitas e recolheram mais factos, alguns dos quais demonstraram ser relevantes e outros nem por isso".

A comissão de inquérito deverá voltar a reunir-se nas próximas semanas, com mais informações sobre o ataque ao Capitólio e a intervenção de Donald Trump - sendo incerto se isso ocorrerá antes das eleições intercalares, ou 'Midterms', que estão agendadas para o início de novembro.

Leia Também: Capitólio, Comissão partilhará com Justiça transcrições de 20 testemunhos

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