Zwede disse ao parlamento etíope que o Governo "está empenhado numa resolução pacífica" e afirmou que Adis Abeba demonstrou a sua vontade de negociar "sem condições prévias", embora tenha advertido que poderia tomar "medidas corretivas", caso a TPLF não progrida no diálogo.
Reconheceu que "o conflito e a deslocação interna estão entre os principais desafios que o país enfrenta" e apelou à "participação ativa dos cidadãos" para tornar o processo de diálogo nacional "frutuoso", segundo a estação de televisão etíope Fana.
O Governo etíope e a TPLF aceitaram recentemente uma proposta da União Africana (UA) para iniciar conversações de paz na África do Sul, na sequência de um pico nos combates desde agosto, após o colapso de uma trégua humanitária que estava em vigor há quase cinco meses.
O conflito na Etiópia eclodiu após um ataque da TPLF à base principal do exército em Mekelle, levando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, a ordenar uma ofensiva contra o grupo após meses de tensões políticas e administrativas. Está atualmente em vigor uma "trégua humanitária", embora ambas as partes se tenham acusado mutuamente de impedirem a entrega de ajuda.
A TPLF acusa Abiy de alimentar tensões desde que chegou ao poder, em abril de 2018, quando se tornou o primeiro Oromo a tomar posse. Até então, a TPLF tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope (EPRDF), de base étnica. O grupo opôs-se às reformas de Abiy, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.
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