Recep Tayyip Erdogan criticou Israel na semana passada pelos seus planos de duplicar a população que vive na parte ocupada e anexada dos Montes Golã, que considerou uma tentativa de "expandir as suas fronteiras" após a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria.
Israel capturou parte dos Montes Golã, no sudoeste da Síria, durante a guerra israelo-árabe de 1967, antes de anexar o território em 1981.
Poucas horas depois da queda do Presidente sírio, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou ao Exército que ocupasse a zona tampão, controlada pela ONU, que separa os dois países no planalto dos Golã.
Israel justificou que a sua presença na região era um "passo limitado e temporário" por razões de segurança e que iria acabar por se retirar "mais tarde ou mais cedo".
Erdogan indicou ainda que a Turquia continuará a levar a cabo a sua ofensiva contra as "organizações terroristas" no norte da Síria, em operações realizadas com "precisão cirúrgica, sem causar danos aos civis".
Poucos dias antes, um observador tinha dado conta da morte de cinco civis no nordeste da Síria, mortos por um 'drone' turco.
Dois jornalistas curdos foram mortos em circunstâncias semelhantes, enquanto cobriam confrontos entre combatentes apoiados por Ancara e militares curdos.
Desde a queda de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro, Ancara apoia uma ofensiva de grupos armados contra as forças curdas que controlam a parte do norte da Síria.
A Turquia vê nas Forças Democráticas Sírias (FDS), grupo liderado pelos curdos e apoiado pelos Estados Unidos, como uma extensão do seu inimigo na região, o PKK.
Os combatentes pró-turcos turcos insistem que nunca têm civis como alvo, apenas grupos que consideram terroristas.
"O PKK e as suas extensões serão dissolvidos ou destruídos. O tempo está a esgotar-se para eles, o fim está próximo. Eles não podem escapar dele", ameaçou o Presidente turco.
Os novos confrontos na Síria surgem na sequencia do colapso há duas semanas do regime de Bashar al-Assad, após uma operação relâmpago de uma aliança de rebeldes liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS)
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