Paul Gicheru foi acusado pelos procuradores do TPI de criar um esquema de suborno de testemunhas "flagrante e prejudicial" que impossibilitou a prossecução das investigações contra Ruto pelo seu alegado papel na violência pós-eleitoral de 2007-2008 no Quénia.
O tribunal internacional anunciou hoje, numa declaração, que encerrou "o processo contra o antigo advogado queniano Paul Gicheru, na sequência da confirmação da sua morte".
O advogado foi encontrado morto no final de setembro, de acordo com a polícia.
O julgamento de Gicheru teve início em fevereiro em Haia. Os procuradores alegaram que o advogado subornou testemunhas com até um milhão de xelins quenianos (cerca de 8.300 euros) e ameaçou outras, incluindo uma com uma arma, num total de oito acusações.
Gicheru negou as acusações, declarando-se inocente perante o TPI.
Pela sua parte, a polícia queniana anunciou uma investigação sobre a morte do advogado, que se crê ter ocorrido há cerca de três semanas após uma refeição familiar. O seu filho foi levado para o hospital com dores de estômago a seguir à refeição, disse a polícia.
A violência no final de 2007 e início de 2008 causou mais de 1.100 mortos e 600.000 deslocados no Quénia, após as eleições.
Gicheru tinha "criado um sistema para identificar, localizar e influenciar de forma corrupta" as testemunhas no processo contra William Ruto e o apresentador de rádio Joshua Sang, disse em 2016 o procurador-adjunto James Stewart.
William Ruto serviu durante nove anos como vice-presidente do chefe de Estado Uhuru Kenyatta, antes de ser eleito Presidente em agosto passado, derrotando o seu rival Raila Odinga.
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