Reeleito em 2016 com mais de 93,7% dos votos, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo -- que dirige o pequeno país com mão de ferro --, detém aos 80 anos o recorde mundial de longevidade no poder para um chefe de Estado vivo, à exceção das monarquias. A Guiné Equatorial, rica em hidrocarbonetos, é um dos Estados mais fechados e autoritários do mundo.
A Comissão Eleitoral Nacional (CEN) encerrou na sexta-feira o prazo das candidaturas para as eleições presidenciais, legislativas, senatoriais e municipais, previstas para o mesmo dia, 20 de novembro, e proclamou oficialmente os candidatos admitidos, indicou a televisão estatal TVGE, citada no domingo pelas agências internacionais.
Para além de Obiang -- que se apresenta pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), partido único até 1991 nesta antiga colónia espanhola --, a lista de candidatos presidenciais conta com os nomes de Andrès Esono Ondo e de Buenaventura Monsuy Asumu.
Andrès Esono Ondo, que concorre pela primeira vez, será o candidato da Convergência para a democracia social (CPDS), o único partido da oposição que não está ilegalizado.
Já Buenaventura Monsuy Asumu, do partido da coligação social-democrata (PCSD), até agora aliado do PDGE nos escrutínios legislativos e municipais, concorre pela terceira vez.
O PGDE detém 99 dos 100 lugares da Assembleia nacional cessante e a totalidade dos 55 assentos do Senado.
Há várias semanas que as forças de segurança estão envolvidas numa campanha de detenções de opositores, após o regime denunciar uma "conspiração" da oposição, cujos dirigentes vivem em larga maioria no exílio, e que previa "atentados" contra "postos de abastecimento de gasolina, embaixadas ocidentais e residências de ministros".
Após a violenta detenção de mais de 150 militantes do ilegalizado Cidadãos pelo inovação (CI), incluindo o seu líder Gabriel Nse Obiang Obon, e de ativistas dos direitos humanos como Anacleto Micha Ndong Nlang e Leoncio Prisco Eko Mba - um músico conhecido como "Adjoguening" -, a Rede de defensores dos direitos humanos na África central (REDHAC), sediada nos Camarões, denunciou em comunicado "uma vaga de repressão destinada a silenciar a população (...) com a aproximação das eleições".
A Guiné Equatorial é membro de pleno direito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.
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