Jornalista de investigação condenado a 8 anos de prisão na Bielorrússia

Um tribunal da Bielorrússia condenou um jornalista de investigação bielorrusso a oito anos de prisão, revelou hoje a associação de profissionais de comunicação social do país, onde toda a contestação é severamente reprimida pelas autoridades.

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Lusa
26/10/2022 13:46 ‧ 26/10/2022 por Lusa

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Segundo a Associação de Jornalistas da Bielorrússia (AJB),  Serguei Satsouk, 58 anos, editor do portal de notícias Ejednevnik detido em dezembro de 2021, foi considerado culpado de "incitamento ao ódio", "desprezo" e "corrupção". O jornalista de 58 anos foi preso em dezembro de 2021.

Os camaradas de Satsouk afirmaram que o julgamento constitui uma vingança pelo trabalho de investigação que desenvolveu ao longo dos anos, descobrindo escândalos de corrupção no sistema de saúde da Bielorrússia, bem como pelos artigos em que expôs a falsificação de dados oficiais durante a pandemia de covid-19.

Quando a pandemia estava em pleno andamento na Europa, o autoritário Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, multiplicou-se em declarações em que subestimava o perigo do vírus ou insinuava que não era real.

"A Associação de Jornalistas Bielorrussos acredita que o tribunal julgou Satsouk ilegalmente, como retaliação às investigações de alto nível", disse a organização num comunicado, em que exige também a libertação do editor do Ejednevnik.

Também a organização de defesa dos direitos humanos, a Viasna, cujo fundador é co-laureado com o prémio Novel da Paz deste ano, considerou que Satsouk já pode ser considerado um "preso político".

Segundo a Viasna, a Bielorrússia conta atualmente com 1.344 presos políticos.

Lukashenko, aliado de Moscovo, reprimiu toda a oposição após os vastos protestos que se seguiram à sua reeleição nas presidenciais de 2020, considerada "fraudulenta" pela oposição e não reconhecida pela comunidade internacional ocidental.

A Rússia está a usar o território da Bielorrússia como base de retaguarda para a ofensiva militar na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro deste ano.

Leia Também: Ataque a Kyiv? "Putin e Lukashenko têm de enfrentar a Justiça"

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