OMS junta-se ao Uganda para ensaios de vacinas contra a Ébola

A Organização Mundial da Saúde (OMS) juntou-se ao Ministério da Saúde de Uganda para apoiar os testes de vacinas contra o Ébola, devido ao surto desta doença no país.

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Lusa
03/11/2022 19:50 ‧ 03/11/2022 por Lusa

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Ébola

O Ministério da Saúde nomeou o Instituto Pulmonar da Universidade Makerere para realizar ensaios clínicos de vacinas e terapias e será um investigador da instituição ugandesa a liderar o teste da vacina.

A Coligação para as Inovações para as Epidemias (CEPI) e a Aliança das Vacinas (Gavi) estão a dar apoio para garantir que doses suficientes de vacinas candidatas estejam disponíveis para teste.

Se forem garantidas doses suficientes, o objetivo do teste será estabelecer a eficácia das vacinas candidatas em várias populações.

Entre os laboratórios e financiadores de vacinas que disponibilizarão os fármacos candidatos estão a Universidade de Oxford e o Serum Institute of India, o Sabin Vaccine Institute e as instituições governamentais dos EUA Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA) e a National Institutes of Health ( NIH), bem como a Iniciativa Internacional de Vacinas Contra a AIDS (IAVI) e MSD.

Outras organizações comprometidas em apoiar a resposta global, são os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (África CDC), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), organizações não-governamentais, doadores e órgãos reguladores, como o Fórum Regulador Africano de Vacinas Africano (AVAREF, no acrónimo em inglês).

Dos objetivos identificados, no curto prazo, pretende-se apoiar os esforços do Ministério da Saúde de Uganda na resposta ao surto conforme necessário para controlar a situação epidemiológica e, sob a sua liderança, apoiar um ensaio clínico aleatório para avaliar uma ou mais vacinas candidatas como parte da resposta.

No médio prazo, a intenção é alocar recursos para planear e reservar capacidade de fabrico suficiente para ampliar a produção de vacinas candidatas (mesmo antes de serem licenciadas), potencialmente estabelecendo um mecanismo de partilha de riscos.

Isso também pode envolver a colocação de vacinas adicionais em risco durante o teste para garantir que as doses de uma vacina considerada eficaz possam ser disponibilizadas para acabar com o surto o mais rápido possível.

A longo prazo, o objetivo é explorar maneiras de garantir que as vacinas licenciadas estejam disponíveis através da reserva de vacinas contra o Ébola, habilitado e financiado pela Gavi e gerido pela Unicef, em nome do mecanismo do Grupo de Coordenação Internacional (ICG, na sigla em inglês) na OMS, relativamente à administração coordenada de vacinas, usando potencialmente mecanismos inovadores de configuração de mercado.

As ações tomadas pelo Ministério da Saúde do Uganda e parceiros baseiam-se na colaboração e experiências anteriores de resposta aos surtos da variante do vírus Ébola denominado Zaire, a lições aprendidas com a COVAX e experiência noutros mecanismos de reserva de vacinas.

O Uganda declarou um surto de Ébola em 20 de setembro, vários dias depois de a doença contagiosa ter começado a espalhar-se numa comunidade agrícola rural, marcando a primeira vez que esta espécie - uma das seis no género Ebolavirus - foi detetada no país desde 2012. 

O vírus foi descoberto em 1976, depois de ter sido identificado em dois surtos simultâneos no sul do Sudão e no Congo, perto de uma aldeia junto ao rio Ébola, o qual dá a denominação ao vírus.

Desde então, o Uganda já teve múltiplos surtos de Ébola, incluindo um em 2000 que matou mais de 200 pessoas. O surto de Ébola de 2014 a 2016, na África Ocidental, matou mais de 11.000 pessoas, o maior número de mortes de sempre.

O Ébola propaga-se por contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem febre, vómitos, diarreia, dores musculares e, por vezes, hemorragias internas e externas.

Leia Também: Ébola: OMS duplica fundos para combater o surto no Uganda

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