Cuba liberta preso político e opositor do governo José Daniel Ferrer

O preso político José Daniel Ferrer, líder da oposição cubana, foi libertado hoje no âmbito do plano de libertação em massa anunciada por Havana.

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© YAMIL LAGE/AFP via Getty Images

Lusa
16/01/2025 22:55 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Cuba

Esta libertação surge na sequência da decisão dos Estados Unidos de retirar a ilha da lista dos países que promovem o terrorismo.

 

Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), considerado prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional, um termo que utilizado para caracterizar pessoas detidas impedidas de expressar a sua opinião, deixou a prisão de Mar Verde (leste de Cuba) pouco antes do meio-dia, 17:00 em Portugal.

O dissidente estava na prisão desde 11 de julho de 2021, quando foi detido ao tentar juntar-se aos protestos antigovernamentais desse dia, os maiores em décadas na ilha.

Nos últimos meses, familiares e algumas ONG denunciaram uma notável deterioração do estado de saúde de Ferrer que disseram ter sido vítima de um "espancamento brutal" em novembro passado, pelo qual ele teve que ser transferido para a enfermaria de outra prisão.

O Conselho para a Transição Democrática em Cuba (CTDC) congratulou-se em comunicado com a libertação do seu presidente, "símbolo de resistência, coragem e perseverança na luta pacífica, firme e determinada pela democracia em Cuba, à qual dedicou 30 anos da sua vida".

A libertação de Ferrer foi também confirmada por vários familiares do preso nas redes sociais e pelas ONG Prisoners Defenders e o Observatório Cubano dos Direitos Humanos (OCDH).

O governo cubano anunciou na terça-feira um processo gradual de libertação de 553 prisioneiros, pouco depois de Washington ter anunciado que, em troca, retiraria a ilha da lista de terroristas - uma medida com graves consequências económicas e financeiras - num acordo mediado pelo Vaticano.

Segundo a agência EFE, as autoridades cubanas começaram a libertar os prisioneiros na quarta-feira e, até agora, de acordo com os registos de várias ONG de defesa dos direitos humanos, entre 20 e 30 prisioneiros considerados políticos deixaram a prisão nas últimas horas.

Ferrer estava na prisão há cerca de três anos e meio, mas já tinha estado preso em Cuba antes disso. Foi um dos 75 intelectuais, jornalistas e opositores detidos durante a onda de repressão de 2003, conhecida como "primavera Negra".

Após oito anos de prisão, foi libertado em 2011, mas desde então e até à sua detenção em 2021, foi detido em várias ocasiões.

Esta é a primeira libertação de prisioneiros em Cuba desde 2019, quando as autoridades absolveram 2.604 detidos.

A última vez foi em 2015, quando um total de 3.522 prisioneiros foram libertados como "gesto humanitário" antes da visita do Papa Francisco.

A decisão de Havana foi anunciada pouco depois de o Presidente dos Estados Unidos cessante, Joe Biden, ter indicado que Cuba iria deixar a lista de países que patrocinam o terrorismo, na qual estava incluída por uma decisão tomada em 2017, durante o primeiro mandato do republicano Donald Trump, que regressará à Casa Branca a 20 de janeiro.

Leia Também: Vaticano saúda libertação de prisioneiros em Cuba. "Sinal de esperança"

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