O pedido chegou ao meio-dia, mas o capitão do navio, Joachim Ebeling, recusou-se a obedecer e pretende permanecer no porto de Catania, no sul do país, até que todos os migrantes desembarquem, disseram à EFE fontes próximas do capitão.
O navio alemão Humanity 1 entrou no porto de Catania na noite de sábado e, após fiscalização das autoridades portuárias, 144 imigrantes, principalmente mulheres e crianças, conseguiram desembarcar, enquanto 35 permaneceram a bordo.
Aqueles que desembarcaram foram alojados em tendas no porto da cidade siciliana do sul de Catânia, de acordo com relatos dos meios de comunicação social.
A Organização Não Governamental (ONG) que administra o navio, a alemã SOS Humanity, recorreu ao Tribunal de Roma contra as leis aprovadas pelo Governo italiano em matéria de migração.
A estratégia do Governo italiano, presidido por Giorgia Meloni, da extrema-direita, baseia-se em permitir o desembarque de navios de ONG apenas para os mais vulneráveis ou doentes, enquanto os restantes devem ser devolvidos às águas internacionais.
O novo Governo italiano lançou uma batalha contra os navios das ONG, que acusa de favorecerem a imigração irregular, e fechou-lhes os seus portos, como fez Matteo Salvini, o atual vice-presidente, em 2018.
O ministro do Interior, Matteo Piantedosi, tinha avançado que nem todos seriam autorizados a desembarcar, mas que as equipas técnicas seriam enviadas aos navios para "verificar" o estado de necessidade dos náufragos e depois decidir se aceitavam ou não o seu desembarque.
A Amnistia Internacional e a oposição italiana rejeitaram a receção seletiva de migrantes e alertaram que é uma violação do Direito Internacional.
Além do Humanity 1, nas proximidades da ilha italiana da Sicília há três outras embarcações com mais de 800 migrantes salvos há dias e semanas no mar, sofrendo as consequências do frio e exaustos pela sua viagem desde as costas do Norte de África.
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