Situação humanitária de Kherson é "grave". Não há água, pão ou remédios
As forças russas destruíram toda a infraestrutura de comunicações, abastecimento de água e eletricidade antes de abandonarem a cidade ucraniana.
© Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
O prefeito Roman Holovnia revelou que a situação humanitária em Kherson é "grave" por causa da falta de água, remédios e pão.
"A cidade tem uma escassez crítica, principalmente de água. Atualmente não há remédios suficientes, não há pão porque não pode ser cozido e não há eletricidade", disse Holovnia, citado pela Reuters.
Recorde-se que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que as forças russas destruíram "toda a infraestrutura crítica: comunicações, água e eletricidade" antes de abandonarem o local.
A retirada forçada de Kherson, a única capital provincial que Moscovo conquistou, poderá significar um dos maiores desaires militares para as forças russas, fazendo recordar o seu recuo da região de Kiev no início do conflito, iniciado em 24 de fevereiro passado.
A recaptura de Kherson poderá permitir à Ucrânia recuperar territórios no sul, incluindo eventualmente a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
A retirada russa deverá ainda fazer aumentar a pressão sobre o Kremlin a nível interno para uma escalada do conflito, e quando as avaliações dos serviços de informações norte-americanos se referem a dezenas de milhares de civis e a centenas ou milhares de soldados mortos ou feridos, acrescenta a AP.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.490 civis mortos e 9.972 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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