Numa declaração no Parlamento sobre o incidente, Cleverly disse que "os pormenores todos não estão completos", mas citou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, que disse "não haver indicação de que a explosão foi o resultado de um ataque deliberado" da Rússia.
"A Polónia vai liderar a investigação para estabelecer o que aconteceu realmente e o Reino Unido está pronto para disponibilizar qualquer assistência técnica ou prática", afirmou Cleverly, que se recusou a fazer "juízos precipitados".
"A nossa resposta será sempre determinada pelos factos. Mas não deve haver dúvida de que a única razão pela qual mísseis estão a voar nos céus europeus e a explodir em aldeias europeias é por causa da invasão cruel da Ucrânia pela Rússia", vincou.
Numa conferência de imprensa hoje em Bruxelas, onde a NATO tem sede, Jens Stoltenberg disse que "a nossa análise preliminar sugere que o incidente foi provavelmente causado por um míssil de defesa aérea ucraniano disparado para defender o território ucraniano contra ataques de mísseis de cruzeiro russos".
O Presidente polaco, Andrzej Duda, admitiu hoje que o míssil que matou dois trabalhadores agrícolas na Polónia, na terça-feira, "tenha sido lançado pela Ucrânia" e que nada indica que tenha sido um "ataque intencional" de qualquer dos lados do conflito.
O incidente já tinha sido condenado pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que se encontra em Bali, na Indonésia, a participar na cimeira do G20.
Além de discussões com líderes do G7 e com o presidente polaco, Sunak telefonou também ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em conjunto com o homólogo canadiano, Justin Trudeau, argumentando para a necessidade de uma investigação completa ao sucedido.
Segundo uma porta-voz do Governo britânico, ambos "salientaram que, qualquer que seja o resultado dessa investigação, a invasão de [Vladimir] Putin da Ucrânia é diretamente responsável pela violência em curso".
A guerra na Ucrânia foi desencadeada pela Rússia em 24 de fevereiro deste ano, quando invadiu o país vizinho.
O conflito mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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