"Convido o setor privado da Noruega a abraçar as enormes oportunidades de negócios que o nosso país oferece e, assim, poderem usufruir do ambiente de estabilidade e segurança prevalecente em Angola e do elevado potencial de rentabilidade que os negócios oferecem no nosso país", afirmou João Lourenço, em Oslo.
O Presidente angolano, que falava no Fórum de Negócios Angola-Noruega, onde cumpre a sua primeira visita oficial, considerou o encontro como uma "boa oportunidade" para aprofundar o diálogo e de troca de pontos de vista sobre as oportunidades de investimentos em ambos os países.
A economia azul norueguesa "tem um peso muito importante no processo de criação de riqueza deste país e das suas exportações. Angola pode aprender muito com a experiência norueguesa, principalmente no aproveitamento dos recursos naturais", frisou.
"Pretendemos fortalecer as nossas relações de amizade com a Noruega e estabelecer as bases de uma cooperação estratégica entre os dois países, de modo a que ambas as partes obtenham os maiores benefícios desta cooperação, para o bem dos nossos respetivos povos", salientou.
João Lourenço assegurou aos empresários noruegueses que o seu executivo deu "passos muito importantes", nos últimos cinco anos, no sentido de tornar o país num espaço cada vez mais atrativo para a captação de investimento estrangeiro.
Construir uma economia forte e sustentada, uma economia cada vez menos dependente dos recursos do petróleo, assegurou, "é o objetivo que perseguimos".
"Por isso, a nossa ação governativa tem sido focada no sentido de aprofundar as bases de um Estado democrático de direito, onde não haja impunidade para com os atos de corrupção e para práticas de nepotismo e de tráfico de influências", assinalou.
"Estamos a edificar um Estado que apresente altos níveis de transparência na gestão do erário público, onde seja preservada a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos e a sã concorrência entre os agentes de mercado", notou.
Em relação à economia angolana, João Lourenço recordou que o país "saiu finalmente" de um longo período de recessão económica em 2021, conseguido "graças a um crescimento forte do setor não petrolífero".
Angola quer consolidar e aprofundar este novo paradigma de crescimento do país, cujo Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2022 cresceu 3,2%, com o setor não petrolífero como o principal ator.
O chefe de Estado angolano apresentou também, na sua intervenção, as valências do Programa de Privatizações (ProPriv), em curso no país, referindo que o mesmo constitui uma grande oportunidade para uma "cooperação frutífera e de elevada rentabilidade" entre empresário angolanos e noruegueses.
"Neste esforço de criar em Angola uma economia forte e diversificada, queremos atrair investidores da Noruega que tragam ao nosso país não o capital financeiro e a tecnologia avançada, mas que tragam sobretudo o 'know-how' que nos permita diversificar e aumentar com rapidez e eficiência a nossa produção de bens e serviços", apontou João Lourenço.
"Os investimentos noruegueses em Angola fora do setor petrolífero ainda são pouco significativos. Queremos o envolvimento de empresas norueguesas noutros setores da nossa economia, para ajudar Angola a diversificar a sua base produtiva com maior rapidez e eficiência", referiu.
Face à grave crise alimentar que o mundo enfrenta como consequência da guerra na Ucrânia, sustentou João Lourenço, Angola pode jogar um papel importante como exportador de produtos alimentares como o trigo, o arroz, o milho, o feijão, a soja e a carne bovina, "se forem realizados os investimentos necessários para que se obtenham bons resultados a curto-médio prazo".
"Estamos por isso a aproveitar esta oportunidade para convidar todas aquelas empresas e empresários que queiram apostar e investir no agro negócio em Angola", advogou ainda o Presidente angolano.
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