"A Espanha hoje é um expoente da ameaça populista", referiu o líder da oposição espanhola, acusando o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, de não ser claro sobre "se está disposto a ceder aos independentistas e a reduzir a pena para os corruptos que gerem fundos públicos como ele está a fazer, eliminando o crime de sedição e, assim, desarmando a democracia espanhola".
Na sua intervenção num fórum do Partido Popular Europeu (PPE) em Lisboa, referiu-se também à lei espanhola de garantia integral da liberdade sexual, uma das bandeiras do atual Governo de Pedro Sanchez (também conhecida como lei do "só sim é sim"), dizendo que a sua entrada em vigor "tem permitido que detidos e condenados por crimes sexuais vejam as suas penas reduzidas e alguns foram mesmo libertados".
"Não foi uma surpresa porque é algo que tínhamos vindo a alertar antes da elaboração da lei", prosseguiu Feijóo, que descreveu as consequências como "dramáticas".
"Longe de retificar", acrescentou, "o governo atacou os juízes, considerou o líder do PP, que insistiu que "na Espanha de hoje, o populismo e o movimento de extrema-esquerda estão a conduzir o país a uma crise".
"Estamos perante mais um exemplo da fraqueza do Governo, que cede à exigência de populismo e independência, facilitando que uma parte do nosso país possa separar-se de Espanha e da União Europeia", referiu o líder dos populares espanhóis.
Falando de forma mais geral, a nível global na Europa, Feijóo referiu que "o objetivo do populismo é minar não só as instituições, mas também a confiança dos cidadãos nas instituições".
"Esta não é a primeira vez que esta ameaça alastra sobre as democracias representativas", alertou, sublinhando que o populismo se "aproveita da confusão criada pelas crises económicas".
"Temos de ser firmes na nossa resposta. Não é que a democracia seja o sistema mais adequado. Não, a democracia é o único sistema adequado", enfatizou.
O líder do PP espanhol abordou também no seu discurso a guerra na Ucrânia para dizer que "a invasão russa põe em evidência a superioridade dos valores europeus".
"Temos aí a prova de que os valores que defendemos são plenamente válidos, ao ponto de haver mulheres e homens que hoje estão a morrer por eles", disse Feijóo.
"A defesa da liberdade às vezes é cansativa" mas "as dúvidas sobre o apoio à Ucrânia não são compreensíveis", sublinhou o líder do Partido Popular, acusando "a Rússia de Putin de recorrer à força na ausência de argumentos políticos capazes de gerar simpatia dos ucranianos para com Moscovo".
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