Lider do PP acusa Sánchez de "populismo" na decisão sobre sedição

O líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, acusou hoje o chefe do Governo espanhol de "desarmar" a democracia do país com a decisão "populista" de reformar o código penal que vai eliminar o delito de sedição.

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Lusa
17/11/2022 19:32 ‧ 17/11/2022 por Lusa

Mundo

Espanha

"A Espanha hoje é um expoente da ameaça populista", referiu o líder da oposição espanhola, acusando o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, de não ser claro sobre "se está disposto a ceder aos independentistas e a reduzir a pena para os corruptos que gerem fundos públicos como ele está a fazer, eliminando o crime de sedição e, assim, desarmando a democracia espanhola".

Na sua intervenção num fórum do Partido Popular Europeu (PPE) em Lisboa, referiu-se também à lei espanhola de garantia integral da liberdade sexual, uma das bandeiras do atual Governo de Pedro Sanchez (também conhecida como lei do "só sim é sim"), dizendo que a sua entrada em vigor "tem permitido que detidos e condenados por crimes sexuais vejam as suas penas reduzidas e alguns foram mesmo libertados".

"Não foi uma surpresa porque é algo que tínhamos vindo a alertar antes da elaboração da lei", prosseguiu Feijóo, que descreveu as consequências como "dramáticas".

"Longe de retificar", acrescentou, "o governo atacou os juízes, considerou o líder do PP, que insistiu que "na Espanha de hoje, o populismo e o movimento de extrema-esquerda estão a conduzir o país a uma crise".

"Estamos perante mais um exemplo da fraqueza do Governo, que cede à exigência de populismo e independência, facilitando que uma parte do nosso país possa separar-se de Espanha e da União Europeia", referiu o líder dos populares espanhóis.

Falando de forma mais geral, a nível global na Europa, Feijóo referiu que "o objetivo do populismo é minar não só as instituições, mas também a confiança dos cidadãos nas instituições".

"Esta não é a primeira vez que esta ameaça alastra sobre as democracias representativas", alertou, sublinhando que o populismo se "aproveita da confusão criada pelas crises económicas".

"Temos de ser firmes na nossa resposta. Não é que a democracia seja o sistema mais adequado. Não, a democracia é o único sistema adequado", enfatizou.

O líder do PP espanhol abordou também no seu discurso a guerra na Ucrânia para dizer que "a invasão russa põe em evidência a superioridade dos valores europeus".

"Temos aí a prova de que os valores que defendemos são plenamente válidos, ao ponto de haver mulheres e homens que hoje estão a morrer por eles", disse Feijóo.

"A defesa da liberdade às vezes é cansativa" mas "as dúvidas sobre o apoio à Ucrânia não são compreensíveis", sublinhou o líder do Partido Popular, acusando "a Rússia de Putin de recorrer à força na ausência de argumentos políticos capazes de gerar simpatia dos ucranianos para com Moscovo".

Leia Também: Espanha. Lei que reviu crime de violação aligeira penas de já condenados

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