Kyiv. Pais procuram luz em lojas e gasolineiras para filhos sobreviverem
Também os bombardeamentos fizeram com que alguns utentes - entre os quais crianças a receberem tratamento e pacientes psiquiátricos - fossem retirados de hospitais em Kherson e deslocados para Mykolaiv.
© Reprodução @lesiavasylenko/ Twitter
Mundo Ucrânia/Rússia
Nove meses depois de as tropas russas invadirem a Ucrânia e de o mundo ter assistido ao êxodo do país de leste, a vida começa a voltar ao país - assim como as pessoas.
Os territórios, muitos recuperados pelos militares ucranianos, não são pisados apenas pelo exército, mas sim pelos residentes, que se têm vindo a 'adaptar' e, mesmo com falta de eletricidade ou água, não querem deixar o país quando têm oportunidade.
De acordo com o diretor-executivo da Ukrenergo, operadora do sistema de transmissão de eletricidade na Ucrânia, deverá ser possível reestabelecer o serviço normal "num ou dois dias", e, entretanto, surgem relatos e imagens que mostram como os residentes têm passado.
É o caso de uma criança que foi fotografada numa gasolineira e cuja imagem está a percorrer as redes sociais. "Esta criança teve que ir a um posto de combustível para que o seu inalador funcionasse. Isto é tão doloroso como uma cirurgia ao coração durante um apagão. A vida continua, mas os mais vulneráveis são aqueles que estão em maior risco", escreveu a deputada ucraniana Lesia Vasylenko numa publicação partilhada no Twitter.
This little girl had to go to a gas station to get her inhaler working. This is just as heart wrenching as open heart surgery during blackout. Life goes on despite, but the most vulnerable are at the biggest peril pic.twitter.com/FObGb5sb3j
— Lesia Vasylenko (@lesiavasylenko) November 25, 2022
Face a um país que está 60% às escuras, segundo o que diz Zelensky, os pais tem que arranjar soluções para as necessidades das crianças, que podem ir desde o uso de um inalador, à confeção de comida.
Tal como a fotografia da criança acima, também foi partilhado nas redes sociais um vídeo de um homem a preparar comida com uma varinha. "As realidades dos pais de Kyiv: agora os pais vêm até uma loja para preparar comida para os mais novos", lê-se na descrição de uma página que partilha notícias no Twitter, cujos responsáveis explicam que no local há um gerador.
Realities of Kyiv residents now: parents come to a store with a generator to prepare food for small children. #UkraineWillWin #StandWithUkraine️ pic.twitter.com/XwiUKJL8BS
— UkraineWorld (@ukraine_world) November 25, 2022
Mas não é só na capital ucraniana que há crianças e população que necessita de mais cuidados que estão a ser afetados pelos militares russos. Mesmo em Kherson, a questão vai mais além que a falta de luz, com os vários bombardeamentos que têm caído nas últimas horas.
Já esta sexta-feira, o chefe da administração militar de Kherson disse que há pacientes que estão a ser deslocados para Mykolaiv, devido aos ataques russos, que só ontem foram 17.
"As crianças a receber tratamento no hospital regional de Kherson estão a ser transportada para Mykolaiv. Lá, vão continuar a receber os tratamentos necessários", escreveu Yaroslav Yanushevych numa mensagem partilhada no Telegram, e citada pela Sky News.
O mesmo responsável disse que também os doentes que estavam a receber tratamento nas unidades psiquiátricas estão a ser retirados da cidade.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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