Governo sul-coreano decreta regresso ao trabalho de camionistas em greve

O governo sul-coreano decretou hoje o regresso ao trabalho dos camionistas ligados à construção civil, em greve há quase uma semana.

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© Pool/Getty Images

Lusa
29/11/2022 08:37 ‧ 29/11/2022 por Lusa

Mundo

Coreia do Sul

A decisão foi tomada ao abrigo de uma lei, promulgada em 2004, mas aplicada agora pela primeira vez, por as autoridades considerarem que a economia do país está sob ameaça, com uma greve de milhares de camionistas, iniciada na quinta-feira em protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis.

"Hoje, o governo emitiu uma ordem administrativa para aqueles que se recusam a transportar mercadorias no setor do cimento para evitar uma crise mais grave para a economia do país e a subsistência das pessoas", disse o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, ao anunciar a medida, de acordo com a agência de notícias local Yonhap.

O ministro das Finanças sul-coreano, Choo Kyung-ho, acusou os transportadores de "tomar o sustento e a economia como reféns" e disse que se o governo não "lidar severamente com as atividades ilegais" do coletivo, "será impossível ultrapassar a atual crise económica".

Esta é a segunda greve deste tipo no país em cinco meses.

A greve já gerou perdas de mais de 46 mil milhões de won (34 milhões de euros) de bens não entregues a tempo, de acordo com dados do governo, cujas negociações com os trabalhadores não resultaram num acordo e no fim da paralisação.

Só no transporte de cimento, a oferta diminuiu em mais de 90%, enquanto metade das empresas de construção que necessitam de cimento pré-fabricado tiveram o trabalho interrompido, indicou o Ministério das Finanças, razão pela qual o governo decidiu emitir este decreto para estes transportadores, em particular.

Além do cimento, outra atividade afetada pela greve foi a indústria siderúrgica, bem como o movimento de navios de carga nos principais portos do país.

Quem violar aquela lei incorre numa pena de três anos de prisão ou numa multa de 30 milhões de won (21.770 euros).

Leia Também: Extraditada para a Nova Zelândia sul-coreana suspeita de matar filhos

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