O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou, na quinta-feira, a Ucrânia de ter iniciado os ataques contra infraestruturas ao ter, segundo afirma o Kremlin, atacado a ponte da Crimeia, em outubro. A acusação surgiu em declarações aos jornalistas após uma cerimónia de entrega de prémios, onde Putin apareceu com um copo com uma bebida cintilante na mão.
“Há muito burburinho neste momento sobre os nossos ataques contra as infraestruturas de energia do país”, começou por afirmar o presidente russo. “Sim, estamos a fazê-lo, mas quem começou? Quem atacou a ponte da Crimeia?”
Sublinhe-se que a ponte de Kerch, também conhecida como Ponte da Crimeia, sofreu danos num ataque com explosivos imputado por Moscovo às forças ucranianas. Como medida de retaliação, várias cidades ucranianas, entre as quais Kyiv, foram alvo de fortes ataques com 'rockets' e 'drones' kamikazes visando em particular as infraestruturas energéticas, o que provocou cortes no abastecimento de eletricidade.
O presidente russo acusou ainda Kyiv de ter “destruído as linhas de energia da central nuclear em Kursk” e de “não fornecer água” ao reduto separatista pró-russo de Donetsk. “Não fornecer água a uma cidade de um milhão de habitantes é um ato de genocídio”, afirmou.
Drunk putin explains why strikes against Ukrainian infrastructure will continue because "they started first by attacking the Crimean bridge" pic.twitter.com/fQeRuNo4Pu
— Dmitri (@wartranslated) December 8, 2022
Na rede social Twitter foram várias as reações ao vídeo onde Putin aparenta estar embriagado. O economista sueco Anders Aslund considerou que as imagens mostram que o líder russo “parece dar-se conta de que é um falhado”.
“Esta é a primeira vez que vejo Putin a parecer bêbado em qualquer contexto. Ele diz disparates como de costume, mas parece dar-se conta de que é um falhado. Muito interessante e promissor. Todos os russos verão que ele está bêbado e fraco”, escreveu Aslund.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e mais de dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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