Armas? Sunak pretende "degradar a capacidade da Rússia de se reabastecer"
O chefe do Governo esclareceu que esta ação passará por "afetar os fornecimentos e remover o apoio internacional, particularmente do Irão" à Rússia.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, considerou, na segunda-feira, que os países Ocidentais devem procurar “degradar a capacidade da Rússia de se reabastecer” de armamento e, consequentemente, de se reorganizar militarmente, no contexto da guerra na Ucrânia.
“Devemos continuar a concentrar-nos em degradar a capacidade da Rússia de se reorganizar e reabastecer”, disse o responsável, no âmbito da cimeira da Força Expedicionária Conjunta, que contou com a intervenção do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Letónia.
Sunak esclareceu que esta ação passará por “afetar os fornecimentos e remover o apoio internacional, particularmente do Irão, [...] que devemos ser muito assertivos em repreender”, complementou, citado pelo Washington Examiner.
O chefe do Governo anunciou também que o Reino Unido enviará "centenas de milhares de munições de artilharia" à Ucrânia, em 2023, num pacote de ajuda avaliado em 304 milhões de dólares (cerca de 287 milhões de euros).
Nessa linha, o responsável apelou aos restantes membros do grupo para fornecer à Ucrânia mais meios de defesa aérea, artilharia e veículos, exortando Moscovo a retirar as suas tropas do "território conquistado", para permitir que as negociações de paz comecem.
“Devemos deixar claro que qualquer pedido unilateral de cessar-fogo da Rússia é completamente sem sentido no contexto atual”, disse, considerando que um cessar-fogo nestas condições “seria uma decisão mal ponderada, que seria usada pela Rússia para se reorganizar e reforçar as suas tropas”.
“Até que [a Rússia] se tenha retirado do território, não pode e não deve haver nenhuma negociação real”, reiterou, sendo alvo de críticas por parte do antigo presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, que o apelidou de “hipócrita”, dado o papel do Reino Unido na colonização de diversos povos.
As declarações de Sunak surgem depois de o governo britânico ter aprovado, na semana passada, um novo pacote de sanções contra o complexo militar e industrial de Moscovo, atingindo grupos e pessoas diretamente relacionados com os ataques a civis e os raptos na Ucrânia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo dados os mais recentes da Organização as Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.755 civis desde o início da guerra e 10.607 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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