Filas de carros e camiões formaram-se no lado sérvio da principal passagem da fronteira onde as barricadas foram erguidas, depois de três semanas sem poderem fazer a travessia.
O Presidente da Sérvia já tinha anunciado, esta madrugada, que os sérvios do Kosovo iam começar a remover as barricadas que bloqueiam o tráfego no norte do Kosovo desde 10 de dezembro, erguidas contra uma alegada política discriminatória do governo kosovar.
"As barricadas serão removidas, mas não a desconfiança", disse Aleksandar Vucic, na cidade sérvia Raska (sul), no final de uma reunião com representantes da minoria sérvia do Kosovo, relatou a televisão pública sérvia RTS.
De acordo com Vucic, os representantes sérvios do Kosovo insistiram que não confiam nas autoridades de Pristina.
"Se as detenções e o terror contra nós continuarem, fecharemos para sempre o norte do Kosovo", indicaram, numa mensagem lida por Vucic.
Os sérvios do Kosovo exigiram também que a Sérvia não reconheça a independência que a antiga província do Kosovo, povoada por uma maioria albanesa, proclamou em 2008.
Em novembro passado, 600 membros da minoria sérvia do Kosovo, que faziam parte das forças policiais e da administração pública, demitiram-se na sequência do anúncio de Pristina de que ia proibir a circulação de veículos com matrículas provenientes da Sérvia.
A tensão agravou-se nos dias seguintes e, em 10 de dezembro, várias centenas de sérvios do Kosovo montaram bloqueios nas estradas do norte de Kosovo, paralisando o tráfego em dois pontos importantes da fronteira com a Sérvia.
O Kosovo, habitado sobretudo por albaneses étnicos, tornou-se unilateralmente independente da Sérvia em 2008, na sequência de uma guerra entre independentistas e guerrilheiros de Belgrado, mas a Sérvia nunca reconheceu a independência do território.
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