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Covid-19. Estatísticas da China "sub-representam impacto real" da doença

A Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu hoje que as estatísticas da China sobre o número de casos de covid-19, que aumentaram significativamente, "sub-representam o impacto real" da doença nas hospitalizações e mortes.

Covid-19. Estatísticas da China "sub-representam impacto real" da doença
Notícias ao Minuto

18:24 - 04/01/23 por Lusa

Mundo OMS

"Pensamos que os números atuais publicados pela China sub-representam o impacto real da doença em termos de admissões hospitalares, nos cuidados intensivos e, sobretudo, em termos de mortes", disse em videoconferência de imprensa o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan.

Apesar do aumento galopante de contágios na China, o país tem comunicado muito poucas mortes por covid-19, após uma mudança controversa de metodologia na contabilidade de casos: apenas as pessoas que morreram diretamente de uma insuficiência respiratória associada à covid-19 são consideradas para efeitos estatísticos.

"Pensamos que esta definição é demasiado estreita", sustentou Mike Ryan.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, instou a China a partilhar "dados mais rápidos, regulares e fiáveis sobre hospitalizações e mortes" e a fazer "uma sequenciação do vírus mais completa e em tempo real".

Segundo Ghebreyesus, a falta de informação por parte das autoridades chinesas foi, em parte, o motivo para alguns países aplicarem novas restrições aos viajantes provenientes da China, como a testagem à covid-19.

"Com a circulação do vírus na China em níveis tão altos, e sem dados completos, é compreensível que alguns países tomem medidas que acreditam que são para proteger os seus cidadãos", afirmou.

O diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, salientou que a testagem, em si, "não é uma medida excessiva, não é uma restrição de viagem".

Por sua vez, a responsável na OMS pelo departamento de preparação e prevenção das epidemias e pandemias, Sylvie Briand, assinalou que a despistagem visa, acima de tudo, "reduzir a incerteza" face à falta de informações da China, mas também detetar uma eventual nova variante do SARS-CoV-2 que poderá surgir no país.

A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, um tipo de vírus que foi detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras. Desde 11 de março de 2020 que a covid-19 é uma pandemia.

Em finais de 2022, a China, onde a taxa de vacinação contra a covid-19 é baixa e as vacinas usadas são menos eficazes, assistiu a um aumento galopante de casos.

Leia Também: OMS assegura que subvariantes que circulam na China não são novas

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