Ministro: Brasil continuará a defender democracia com apoio internacional

O Brasil, com o apoio de toda a comunidade internacional, continuará a defender a paz e os avanços democráticos que conquistou, afirmou hoje o ministro das Relações Exteriores do país, Mauro Vieira, condenando atos violentos de 'bolsonaristas' em Brasília.  

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Lusa
09/01/2023 20:11 ‧ 09/01/2023 por Lusa

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"Esse património de paz e progresso da sociedade brasileira foi defendido ontem [domingo] pelas instituições e continuará sendo defendido, com total apoio da comunidade internacional, que foi contundente na condenação dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023", afirmou Vieira, em declarações à imprensa após um encontro com o homólogo do Japão, Hayashi Yoshimasa.

O ministro brasileiro agradeceu ao ministro japonês a mensagem de apoio à democracia brasileira e aproveitou para agradecer a todos os países e organizações internacionais que fizeram declarações semelhantes.

"Recebo manifestações de apoio e confiança na solidez das instituições democráticas brasileiras de autoridades de todo o mundo. Essas palavras de confiança de inúmeros países amigos e organismos internacionais mais uma vez dão uma ideia clara da importância do Brasil e de suas instituições democráticas para a comunidade internacional", afirmou Vieira.

O representante do Governo brasileiro acrescentou que a presença recorde de delegações de alto nível (cerca de 65) na posse de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente do Brasil, em 1 de janeiro, soma-se agora à condenação unânime de toda a comunidade internacional pelos atos de violência e vandalismo de domingo.

Os ataques de domingo, que causaram grandes danos no Palácio do Planalto, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal, foram promovidos por milhares de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, que não reconhecem a vitória de Lula da Silva nas eleições presidenciais de outubro e apelam a um golpe.

"Hoje é um dia que exige clareza e determinação de todos os democratas em defesa do país democrático que soubemos construir. O Estado brasileiro e as suas instituições saberão dar uma resposta condizente com os crimes cometidos", afirmou Vieira.

O chefe da diplomacia brasileira afirmou que a melhor forma de, como ministro, contribuir para a superação do momento atual do Brasil, é cumprindo a missão que lhe foi confiada por Lula da Silva de reconstruir as pontes do país com o mundo inteiro, algumas delas destruídas durante o Governo Bolsonaro.

"Hoje iniciamos esse trabalho na rica relação bilateral com o Japão", disse Vieira, lembrando que a visita do ministro japonês é a primeira de uma autoridade estrangeira ao Brasil desde o início do governo Lula da Silva.

Os principais governos mundiais, assim como instituições internacionais, divulgaram mensagens de apoio a Lula da Silva e à democracia no Brasil e repúdio aos radicais 'bolsonaristas'.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram pelo menos 1.200 detidos.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.

Leia Também: Brasília. UNESCO oferece ajuda no restauro de obras destruídas em invasão

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