O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta terça-feira, que hoje foi dia de uma “maratona diplomática” e que conversou com vários líderes europeus sobre a “situação no campo de batalha” e as necessidades do país em termos de armamento.
No seu discurso diário à nação, o chefe de Estado afirmou que falou com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, o presidente da Estónia, Alar Karis, e o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar.
“Informei-os sobre a situação no campo de batalha, sobre a difícil situação na região de Donetsk, sobre os constantes ataques russos e o facto de a Rússia não contar com o seu povo, não poupar os habitantes locais e não parar antes de qualquer ação criminosa”, afirmou Zelensky.
No entanto, o presidente considera que a agressão russa “pode e deve ser combatida por um novo nível de equipamento militar moderno que a Ucrânia pode receber dos seus parceiros”.
“O mundo livre tem tudo o que é necessário para deter a agressão russa e levar o Estado terrorista a uma derrota histórica”, frisou, acrescentando que a vitória ucraniana “é importante para a democracia global, para todos aqueles que valorizam a liberdade”.
No discurso, Zelensky fez ainda questão de prestar “uma homenagem especial aos guerreiros” que combatem em Soledar “pela sua bravura e firmeza” e anunciou que, “em conformidade com a Constituição” da Ucrânia, decidiu “pôr termo à cidadania de quatro pessoas”. São elas Andriy Leonidovych Derkach, Taras Romanovych Kozak, Renat Raveliyovych Kuzmin e Viktor Volodymyrovych Medvedchuk, o amigo do presidente russo, Vladimir Putin, que foi detido pelas forças ucranianas e devolvido a Moscovo numa troca de prisioneiros em setembro.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de sete mil civis morreram e mais de onze mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: Ucrânia prepara-se para eventual ataque russo a partir da Bielorrússia