Biden disse a jornalistas na Casa Branca que está a "cooperar total e completamente" com uma investigação do Departamento de Justiça sobre a descoberta de informações classificadas e registos do Governo na sua casa e num escritório particular que por vezes utilizava como local de trabalho.
O Presidente não revelou quando é que este segundo grupo de documentos foi encontrado. Disse apenas que a revisão dos possíveis locais de armazenamento feita pelos seus advogados foi concluída na noite de quarta-feira.
Os advogados encontraram o primeiro conjunto de documentos confidenciais em 02 de novembro, poucos dias antes das eleições intercalares do ano passado, mas só revelaram publicamente essa descoberta na segunda-feira.
Esse primeiro conjunto de documentos confidenciais data da vice-presidência de Joe Biden (2009-2017) e foi encontrado num "armário trancado" no Penn Biden Center, um 'think tank' ligado à Universidade da Pensilvânia e que o atual chefe de Estado utilizava.
Antes da confirmação feita por Biden, a Casa Branca já tinha afirmado que um segundo conjunto de documentos fora encontrado na casa do chefe de Estado em Wilmington, Delaware.
O conselheiro especial do Presidente, Richard Sauber, disse que depois de os documentos iniciais terem sido encontrados pelos advogados pessoais de Biden, examinaram outros locais para onde os registos poderiam ter sido enviados depois de Biden deixar a vice-presidência, em 2017.
Sauber afirmou que um "pequeno número" de documentos marcados como confidenciais foi encontrado num depósito na garagem de Biden em Wilmington, com um documento localizado numa sala adjacente.
A Casa Branca não referiu quando a busca subsequente começou ou quando os documentos adicionais foram encontrados, apenas que a operação foi concluída na noite de quarta-feira.
Sauber disse que o Departamento de Justiça foi "imediatamente notificado" depois de os documentos serem localizados e que os advogados do departamento assumiram a custódia dos ficheiros.
Independentemente da revisão dos documentos pelo Departamento de Justiça, a revelação de que Biden potencialmente possa ter tratado de forma incorreta os registos confidenciais pode comprometer o chefe de Estado, que classificou de irresponsável a decisão do ex-presidente Donald Trump de manter centenas de documentos da mesma natureza na sua mansão na Florida.
Quando saiu da Casa Branca, Trump levou consigo caixas inteiras de documentos, embora uma lei de datada de 1978 obrigue qualquer presidente norte-americano a entregar ao Arquivo Nacional todos os seus documentos de trabalho, em que se incluem cartas e mensagens de correio eletrónico.
Agentes do FBI realizaram uma vasta busca à mansão de Trump em 08 de agosto do ano passado, com base num mandado de "retenção de documentos confidenciais" e "obstrução a uma investigação federal", e apreenderam cerca de trinta caixas. Em janeiro anterior, Trump já tinha entregado 15 caixas.
Iniciou-se então uma intensa batalha legal para determinar a natureza dos documentos apreendidos, alguns deles marcados como "ultrassecreto", "secreto" ou "confidencial".
Nesta segunda-feira, Trump questionou a atuação do FBI face à descoberta de documentos confidenciais de Biden.
"Quando é que o FBI vai invadir as muitas casas de Joe Biden, talvez até a Casa Branca? Esses documentos definitivamente não foram desclassificados", escreveu Trump na sua rede social, a Truth Social.
Ainda na noite de segunda-feira, o congressista James Comer, presidente do Comité de Supervisão da Câmara de Representantes, disse a jornalistas que o tratamento dado à descoberta de documentos classificados pelos advogados de Joe Biden demonstra um sistema de justiça de "dois níveis".
"A Casa Branca vai ser invadida? Eles vão invadir o Centro Biden? Não sei. Esta é uma preocupação adicional de que há um sistema de justiça de dois níveis dentro do Departamento de Justiça sobre como eles tratam os Republicanos e os Democratas ... certamente como eles tratam o ex-presidente e o atual Presidente", avaliou Comer.
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