O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança prestou as suas condolências à família de Akbari e a sua "total solidariedade com o Reino Unido".
"A execução de um cidadão europeu é um precedente terrível que a UE acompanhará de perto", avisou, considerando de seguida que "a pena de morte viola o direito inalienável à vida consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e é o derradeiro castigo cruel, desumano e degradante".
As autoridades judiciais iranianas anunciaram na quarta-feira a condenação à morte do ex-vice-ministro Alireza Akbari - embora se desconheça quando foi condenado -, por "espionagem para o MI6" em troca de "1.805.000 euros, 265.000 libras e 50.000 dólares norte-americanos", de acordo com a agência semioficial iraniana Mehr.
A República Islâmica do Irão tem sido acusada de utilizar prisioneiros de dupla nacionalidade em particular, mas também de outros países, como medida de pressão ou para o intercâmbio de prisioneiros com outros países.
Estes atos têm sido classificados por outros países e organizações de direitos humanos como a "diplomacia dos reféns" do Irão.
Segundo a agência do poder judicial iraniano, designada como Mizan, Alireza Akbari, que ocupou o cargo de vice-ministro da Defesa durante o mandato do ex-Presidente reformista Mohamed Katami (1997/2005), foi executado por enforcamento.
O condenado, de 61 anos, que foi detido há três anos, recorreu da sentença junto do Supremo Tribunal Federal, que rejeitou o recurso.
As autoridades iranianas divulgaram um vídeo, visivelmente editado, onde Akbari discutia as alegações, semelhante a outros vídeos que dissidentes têm descrito como confissões forçadas.
Na sexta-feira, tanto o Reino Unido como os Estados Unidos criticaram a condenação de Akbari à morte.
Na sua conta de Twitter, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, considerou ter-se tratado de "um ato cruel e cobarde, levado a cabo por um regime bárbaro que não respeita os direitos humanos do seu próprio povo".
Reagindo a essas declarações, o Irão convocou o embaixador do Reino Unido em Teerão, manifestando-se insatisfeito e criticando o apoio de Londres a "um espião".
Também a França condenou "com a maior firmeza" a morte do iraniano-britânico, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, alertando que "as repetidas violações do direito internacional pelo Irão não podem ficar sem resposta sobretudo quando se trata de cidadãos estrangeiros, cidadãos que o país detém arbitrariamente".
A Amnistia Internacional também já tinha condenado o "hediondo ataque" do Irão ao "direito à vida", afirmando, no Twitter, que "a execução de Alireza Akbari pelas autoridades iranianas é mais um ataque abominável ao direito à vida".
A organização humanitária pediu ainda ao Governo britânico para que "investigue totalmente" as acusações de que Akbari terá sido torturado.
No sábado, o Reino Unido anunciou ter adotado sanções contra o procurador-geral de Justiça do Irão para demonstrar "a repulsa" de Londres face à execução.
"Exigimos responsabilização do regime [iraniano] pelos seus terríveis abusos aos direitos humanos", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, sem concretizar as medidas tomadas.
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