A ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, demitiu-se, esta segunda-feira, avança a agência de notícias Associated Press (AP). Em causa, revela a publicação, estão as “críticas à sua gestão dos programas de modernização militar” e à entrega de armas da Alemanha à Ucrânia.
"A concentração dos meios de comunicação na minha pessoa durante meses não permite elaborar relatórios e discussões objetivas sobre os militares, o Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) e orientar políticas de segurança que sejam do interesse dos cidadãos alemães", afirmou Christine Lambrecht durante uma declaração à imprensa, em Berlim.
"O valioso trabalho dos soldados e de muitas pessoas no meu departamento deve estar em primeiro plano", sublinhou.
A informação surge após, na sexta-feira, a imprensa alemã ter revelado que a Lambrecht tencionava demitir-se já esta semana.
Segundo o Bild, a decisão teria partido da própria ministra, de 57 anos, e não do chanceler Olaf Scholz. O jornal revelou ainda que a escolha poderia passar por Eva Hogl, deputada do Partido Social-Democrata.
Já o Süddeutsche Zeitung apontou ainda o nome da deputada Siemtje Möller como possível sucessora.
No início deste ano, a ministra viu-se envolvida numa polémica, após ter publicado um vídeo de Ano Novo, onde, no meio de foguetes e fogo de artifício, falou sobre “uma guerra no meio da Europa” e as oportunidades de “encontros com muitas pessoas interessantes e maravilhosas”.
“O ano de 2022 está a terminar e Berlim está a preparar-se para a passagem de ano”, começou por afirmar a ministra nomeada pelo Partido Social-Democrata.
“E que ano foi este, 2022? Enfrentamos desafios inacreditáveis. Há uma guerra no meio da Europa”, disse ainda, acrescentando que a invasão russa da Ucrânia levou a “muitas experiências pessoais”, entre as quais a oportunidade de “muitos encontros com pessoas interessantes e maravilhosas”.
Trata-se da segunda saída do governo de Olaf Scholz, que tomou posse em dezembro de 2021. A primeira demissão foi a da ministra da Família, Anne Spiegel, em abril de 2022, após ter sido tornado público que a ministra foi de férias com a família depois das enchentes que atingiram a Alemanha em julho de 2021.
[Notícia atualizada às 09h43]
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