À margem do Fórum Económico Mundial, na cidade suíça de Davos, Tarcísio de Freitas salientou, citado pela agência Efe, que Bolsonaro "condenou imediatamente" os ataques às sedes da Presidência, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, perpetrados em 08 de janeiro por milhares de extremistas.
"Bolsonaro nunca encorajou este tipo de comportamento, condenou sempre a violência, condenou sempre os atos antidemocráticos e a depredação da propriedade pública ou privada. De forma alguma pode ser atribuído a ele", disse.
Em 13 de janeiro, o Supremo Tribunal incluiu Bolsonaro na lista das pessoas sob investigação pelos violentos acontecimentos de 08 de janeiro, pelo seu alegado envolvimento como o cérebro da tentativa de golpe.
O governador de São Paulo, que foi ministro das Infraestruturas no Governo de Bolsonaro, considerou que os ataques às instituições são "um ato isolado de alguns extremistas, que não tem o apoio do centro-direita brasileiro ou dos 'bolsonaristas'".
"É uma mancha no Brasil. Mas isto não prejudica a nossa democracia, que é sólida, ela resiste aos ataques", afirmou Freitas, salientando que agora é o momento de pensar "na reconstrução e pacificação do Brasil".
Tarcísio de Freitas referiu-se também a um projeto de decreto encontrado pela polícia na casa do antigo ministro da Justiça Anderson Torres, que teria permitido a Bolsonaro intervir no Tribunal Superior Eleitoral para questionar o resultado das eleições de 30 de outubro, ganhas por Luiz Inácio Lula da Silva.
O governador disse não ter conhecimento do decreto e assegurou que "a pessoa que tem de dar explicações" é o ex-ministro Torres, que tem estado preso desde o fim de semana como parte da investigação dos ataques de 08 de janeiro.
No entanto, salientou que Jair Bolsonaro "não assinou esse documento" e, portanto, não tem validade legal.
Antes das declarações do governador da capital económica do país e estado mais populoso, o governador de Minas Gerais afirmou à Rádio Gaúcha que "houve um erro da direita radical, que é minoria".
Sem provas, e dizendo ser "uma suposição", Romeu Zema, que declarou o seu apoio a Bolsonaro na segunda volta das presidenciais, disse ainda ter havido "um erro também, talvez até proposital do Governo Federal que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse de vítima".
"É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso", frisou.
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