Os eurodeputados, reunidos em sessão plenária, "convidam a UE e os Estados-membros a incluir o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica na lista de terrorismo da União", lê-se no texto de uma alteração, amplamente aprovada, acrescentada a um relatório anual sobre a política externa comum.
O Irão está a ser confrontado por uma onda de protestos desde a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curdo-iraniana de 22 anos, que morreu três dias depois de ser presa pela polícia da moralidade em Teerão por suposto uso indevido do 'hijab', o véu islâmico.
Desde então, e na sequência dos protestos que se estenderam a todo o país, morreram já dezenas de pessoas, enquanto mais de 14.000 estão detidas e mais de uma centena foi condenada à morte, tendo já sido executadas pelo menos quatro.
Segunda-feira, cerca de 12.000 pessoas de toda a Europa, incluindo de Portugal, manifestaram-se diante do Parlamento Europeu em Estrasburgo (leste da França) para exigir a inclusão da Guarda Revolucionária na 'lista negra', tal como já foi feito pelos Estados Unidos, tendo recebido o apoio da presidente do PE, Roberta Metsola.
Idênticas manifestações realizaram-se também em várias cidades da Europa, incluindo em Lisboa.
"Garanto que todas as opções que permitam à UE reagir aos acontecimentos no Irão continuam sobre a mesa", afirmou terça-feira, durante um debate no hemiciclo, o comissário europeu para a Justiça, Didier Reynders.
Na quinta-feira, espera-se que os eurodeputados reafirmem a exigência na votação de um relatório não legislativo dedicado exclusivamente à resposta europeia às manifestações e execuções no Irão.
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