"É uma medida proveniente do desespero e que ocorre após as fracassadas tentativas [dos países europeus] de golpear os iranianos nas ruas", afirmou Raisi, numa referência aos protestos que agitaram o país desde a morte da jovem Mahsa Amini em setembro.
O chefe de Estado recordou que a Guarda Revolucionária é uma "força oficial" do país e assegurou que a sua designação como grupo terrorista contraria "as leis internacionais e a Carta das Nações Unidas".
A Guarda Revolucionária é um corpo militar de elite com grande influência política e económica no Irão, e um importante peso no Médio Oriente.
Esta força é um dos ramos das Forças Armadas do Irão, fundada há quatro décadas com o objetivo de proteger o sistema teocrático da República Islâmica, e integra 150.000 efetivos militares, entre forças terrestres, aéreas e navais.
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução que pede ao Conselho da União Europeia (UE) que considere a Guarda Revolucionária como uma "organização terrorista", incluindo as suas unidades especiais, como a milícia paramilitar Basij e a Força Quds.
O PE também pediu que o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, Raisi, e os seus familiares, sejam sancionados, para além de considerar o procurador-geral Mohamad Jafar Montazeri também responsável pela repressão dos protestos.
As manifestações no Irão iniciaram-se com a morte de Amini em meados de setembro de 2022, e evoluíram para uma contestação ao regime.
As autoridades responderam com uma forte repressão policial que provocou cerca de 500 mortos e perto de 20.000 detenções, segundo dados de organizações não-governamentais (ONG) sediadas fora do Irão.
Quatro manifestantes já foram executados sob a acusação de terem morto agentes dos serviços de segurança durante os protestos, e outras 17 pessoas também foram condenadas à morte por enforcamento.
Os protestos diminuíram consideravelmente após a execução dos quatro condenados, e nas últimas semanas apenas se têm registado pequenas mobilizações de rua.
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