A invasão da Rússia à Ucrânia, que começou há quase um ano, continua a ser o assunto dominante nas reuniões dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e a primeira reunião de 2023 não vai ser exceção. Em cima da mesa está o apoio que os Estados-membros prestam a Kyiv há praticamente um ano e como melhorá-lo daqui para a frente.
O fornecimento de tanques à Ucrânia deverá ser um dos principais tópicos da discussão, que vai contar com a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho (anterior ministro da Defesa).
No domingo, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, afirmou numa entrevista televisiva ao canal francês LCI que o seu país vai deixar a Polónia entregar tanques Leopard à Ucrânia se Varsóvia pedir essa autorização, o que até então não tinha acontecido.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a Alemanha vai continuar a apoiar a Ucrânia, mas não respondeu às questões sobre o fornecimento de armamento mais pesado. O impasse alemão dominou a conferência de imprensa conjunta com o Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a celebração do 60.º aniversário do Tratado do Eliseu, na Universidade de Sorbonne, em Paris.
Em causa está o envio dos tanques Leopard 02, de fabrico alemão, para auxiliar as tropas ucranianas, a que a Berlim tem resistido. Na última semana foi impossível desbloquear o envio destes veículos de combate durante uma reunião dos Estados-membros da NATO em Ramstein, na Alemanha.
Berlim tem sido pressionada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para autorizar o envio destes tanques e por Washington, assim como pela generalidade dos países da UE e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Do outro lado, Moscovo já deixou avisos que o fornecimento de tanques poderá ser encarado pelo Kremlin como um escalar das tensões.
Com início previsto para as 10:00 locais (09:00 em Lisboa), a reunião vai ser presidida pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e também deverá ser abordada a situação de instabilidade na região africana do Sahel, assim como nas nações costeiras da África Ocidental.
Em 10 de janeiro, o UE aprovou a extensão do mandato da missão que está no Mali até 31 de janeiro de 2025 e alocou 73 milhões de euros a esta iniciativa, que começarão a ser distribuídos a partir de 01 de fevereiro deste ano.
No âmbito desta missão, Bruxelas vai facilitar o destacamento de forças para ajudar a controlar a situação de instabilidade no sul do país, em particular da Polícia Nacional, e o redirecionamento de forças para o centro, mediante avaliações feitas.
Estão ainda previstos pontos de situação sobre o Irão, Arménia, Afeganistão, Venezuela, Montenegro e Etiópia, e contactos informais com o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh.
Às 18:00 está prevista uma conferência de imprensa de Josep Borrell.
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