EUA prometem à Zâmbia que pressionarão China na questão da dívida externa
Os Estados Unidos da América (EUA) prometeram hoje pressionar os credores da Zâmbia, particularmente a China, a aliviar a enorme dívida em incumprimento do país africano, que está a tentar reestruturar os seus empréstimos.
© Reuters
Mundo Diplomacia
A promessa foi deixada pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, que visitou Lusaca no âmbito da viagem de 10 dias por vários países africanos.
"Vamos continuar a pressionar para que os principais credores, bilaterais e do setor privado, participem significativamente no alívio da dívida da Zâmbia, particularmente a China", disse Janet Yellen.
Lidar com a dívida da Zâmbia é uma prioridade para o Tesouro, acrescentou a governante norte-americana após uma reunião com o ministro das Finanças da Zâmbia, Situmbeko Musokotwane.
Janet Yellen foi recebida pelo Presidente da República, Hakainde Hichilema, o qual disse esperar que a reestruturação da dívida do seu país seja concluída nos próximos dois meses.
"Até resolvermos esta questão, ela [a dívida] distorcerá o progresso que alcançámos até agora", afirmou.
Desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, a Zâmbia foi o primeiro país africano a entrar em incumprimento no pagamento da sua dívida externa -- estimada em 17,3 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros).
A dívida explodiu sob a Presidência de Edgar Lungu, que fez empréstimos maciços para financiar uma série de projetos de infraestrutura durante os seus seis anos na chefia do Estado.
Hichilema, eleito em 2021 com promessas de erradicar a corrupção e ressuscitar a economia, melhorou as relações do país com seus credores e doadores internacionais.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial libertaram financiamentos e o G20 -- que junta as 20 economias mais desenvolvidas - também acordou um "quadro comum" para reestruturar a dívida dos países mais pobres, mas a sua aplicação é lenta.
Os EUA acusam a China, principal credor de muitos países africanos, de retardar o processo.
A administração Biden está a tentar recuperar influência em África, palco de acesa competição económica e política entre as grandes potências.
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