O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou esta segunda-feira que a "paz é necessária o mais rapidamente possível", mas tem de ser uma "paz verdadeira". A declaração surgiu minutos após o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, o ter acusado de não querer que "haja paz enquanto tiver o apoio" dos Estados Unidos.
"Continuamos o nosso trabalho com os parceiros. Já realizámos conversações e outras medidas serão tomadas em breve. É muito importante que tentemos fazer com que a nossa diplomacia seja realmente substantiva para acabar com esta guerra o mais rapidamente possível", escreveu na rede social X.
Na mesma publicação, Zelensky defendeu que o país precisa de uma "paz verdadeira" e que os "ucranianos são os que mais a desejam". "Perdemos a nossa população. Precisamos de acabar com a guerra e garantir a segurança", afirmou.
"Estamos a trabalhar em conjunto com os Estados Unidos e com os nossos parceiros europeus e esperamos sinceramente que os EUA nos apoiem no caminho para a paz. A paz é necessária o mais rapidamente possível", atirou.
We continue our work with partners. We have already had talks and other steps to come soon.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 3, 2025
It is very important that we try to make our diplomacy really substantive to end this war the soonest possible.
We need real peace and Ukrainians want it most because the war ruins our…
Esta segunda-feira, Donald Trump criticou Zelensky por ter afirmado que um acordo para acabar com a guerra entre a Ucrânia e a Rússia "ainda está muito, muito longe".
"Esta é a pior declaração que poderia ter sido feita por Zelensky e a América não vai tolerar isto por muito mais tempo! É o que eu estava a dizer, este tipo não quer que haja paz enquanto tiver o apoio da América", afirmou Trump na Truth Social.
"A Europa, na reunião que teve com Zelensky, afirmou categoricamente que não pode fazer o trabalho sem os EUA - provavelmente não foi uma grande declaração a ser feita em termos de demonstração de força contra a Rússia. Em que é que estão a pensar?", acrescentou.
As declarações de Zelensky sobre o fim da guerra surgiram no âmbito da cimeira de Londres, que decorreu no domingo e juntou líderes de 14 países europeus, incluindo Ucrânia e Noruega, mais dirigentes do Canadá, Turquia, União Europeia e NATO.
O Reino Unido, França, Ucrânia e outros países não especificados concordaram em trabalhar num plano de paz que será depois apresentado aos Estados Unidos.
A cimeira ocorreu após, na sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, terem acusado o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.
O confronto levou o presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.
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